segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Olivicultores e especialistas discutem o aperfeiçoamento da cultura

(Belo Horizonte – 13/11/2015) Pesquisadores, técnicos e produtores vão debater o cultivo da oliveira e a interferência de fatores climáticos e agronômicos na cultura, em Maria da Fé, no dia 20 de novembro. Promovida pela Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), a Mesa Redonda: Olivicultura e Produtividade acontecerá, a partir de 8h30, no Campo Experimental da EPAMIG.
A programação será dividida em três linhas temáticas que abordarão assuntos como estimativas de produtividade; sustentabilidade na produção; pragas e doenças que podem afetar a qualidade; nutrição; solo; clima; e recomendações para a poda. Participarão do debate, especialistas da EPAMIG, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), além de consultores.
O objetivo é que os participantes troquem experiências e proponham alternativas para aperfeiçoar as práticas e o manejo da cultura. “Escolhemos temas de grande relevância para a olivicultura e profissionais com conhecimento nessas áreas. Ao final de cada mesa pretendemos traçar estratégias que ajudem a consolidar a atividade”, explica o pesquisador da EPAMIG, Luiz Fernando de Oliveira.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local do evento. Mais informações pelo telefone (35) 3662-1227.

Mesa Redonda: Olivicultura e Produtividade
Data: 20 de novembro (sexta-feira)
Local: Campo Experimental da EPAMIG em Maria da Fé – Rua Washington Alvarenga Viglioni, s/n – Vargedo
Horário: a partir das 8h30
Informações: (35) 3662-1227
Inscrições gratuitas

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Clima da Serra da Mantiqueira é perfeito para o cultivo de orgânicos

Combinação altitude e latitude é o diferencial da Mantiqueira.
Café é um dos produtos mais importantes para a economia da região.

Na última reportagem da série da Mantiqueira, o Globo Rural apresenta algumas delícias cultivadas pelos agricultores da serra. Os repórteres Ivaci Matias e Emílio Mansur visitaram fazendas de café, de hortaliças orgânicas, trutas, uva e vinho, azeitonas e azeite de oliva e entenderam porque a Mantiqueira é importante para a qualidade desses produtos.
Com 2.791 metros de altitude, o Pico das Agulhas Negras, na divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro, é uma das regiões mais frias da Serra da Mantiqueira. A temperatura média anual é de 11ºC.
As águas frias que nascem no Parque Nacional de Itatiaia, a 2.300 metros de altitude, são aproveitadas para a criação de trutas, uma atividade tradicional da Serra da Mantiqueira. Em Bocaina de Minas, a especialidade do criatório é a truta cor de rosa.
Parte da criação recebe um pigmento misturado na ração para salmonar a truta - isto é deixar sua carne cor de rosa, imitando o salmão. “A truta é um salmonídeo, da família do salmão. Então eles absorvem esse pigmento da mesma maneira”, explica o criador de trutas Raimundo Alves.
Por fora a truta cor de rosa é igualzinha a outra. A diferença só aparece quando abre o peixe. Nos finais de semana, o criatório recebe muitos turistas. O local também tem um pesque-pague. Depois da pescaria, o pessoal limpa o peixe e prepara os filés para os fregueses. Quem quiser pode provar os pratos da cozinha da fazenda. Tem até sashimi e truta ao molho de alcaparras.
Alcaparras da Mantiqueira... Essa raridade é cultivada por Sérgio Di Petta em Brazópolis, na Matinqueira de Minas. A alcaparra é uma planta do Mediterrâneo, usada normalmente como tempero. Na fazenda tem planta de todos os estágios, menos alcaparras em flor. A explicação para a ausência delas está no livro que Sérgio publicou sobre o assunto. Com alcaparras fresquinhas, Carla prepara receitas italianas da Toscana. Todas elas já passaram pela avaliação rigorosa de Sérgio.
A Mantiqueira também tem oliveiras. Essa cultura foi introduzida em 1937, graças ao pai do agricultor Jorge dos Santos que saiu de Portugal para viver na Mantiqueira. Jorge tinha oito anos e, durante a viagem de navio, ficou encarregado de vigiar as mudinhas, que vieram escondidas em uma mala. Boa parte das plantas cultivadas hoje na região são filhas das mudinhas que Jorge trouxe há 78 anos.
Hoje a região produz cerca de dez mil litros de azeite por ano e tem muito espaço para crescer, pois o Brasil importa mais de 70 mil toneladas por ano. O engenheiro agrônomo Rodrigo Veraldi, de São Bento do Sapucaí, na Mantiqueira paulista, já escolheu a variedade ideal para o clima e a altitude da região dele: é a Maria da Fé, a mesma que Jorge trouxe escondida na mala.
“Ela produz uma média de muito elevada de frutos por pé, ela nos dá um rendimento satisfatório de azeite e tem dupla aptidão, porque as olivas também são muito saborosas para a mesa”, explica. Há dez anos, Rodrigo se tornou também produtor de uvas e vinhos.
Os agricultores Marinaldo e Silmara Pegoraro moravam e trabalhavam em Curitiba, no Paraná. Hoje, são produtores de verduras e frutas orgânicas, em consórcio com sete hectares de oliveiras. “A aceitação é fenomenal, há um enorme espaço para que mais produtores venham se somar nisso”, diz Marinaldo.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Epamig completa 41 anos com foco na readequação das linhas de pesquisa

Pesquisa com oliveiras teve início na década de 7004 de Agosto de 2015 , 11:59
BELO HORIZONTE (04/08/2015) – A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig)completa 41 anos, no próximo dia 06 de agosto. Vinculada à Secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Empresa realiza pesquisas que buscam a adaptação e o desenvolvimento de novas tecnologias para aumentar a produtividade no campo, gerar mais renda e potencializar o agronegócio mineiro.
À frente da gestão da Epamig desde o mês de março, o zootecnista Rui da Silva Verneque (pesquisador da Embrapa há mais de 30 anos), afirma que a prioridade atual é a reestruturação administrativa e das linhas de pesquisa. “Estamos revisando o organograma da Empresa e definindo os programas de pesquisa prioritários. A intenção é focar em trabalhos que atendam as demandas e necessidades do estado de Minas Gerais”, explica o presidente.
A definição dos programas estratégicos e das linhas prioritárias de pesquisa está sendo feita por meio de reuniões de trabalho, com os coordenadores dos Programas de Pesquisa, chefes dos Centros de Pesquisa, membros do Comitê Central de Pesquisa e outros especialistas, buscando a consonância com os programas do governo estadual. As pesquisas com a cachaça e o trigo, por exemplo, terão destaque. “A cultura do trigo no Estado tem crescido bastante e a Epamig precisa participar desse momento. Para isso, é importante fortalecermos a equipe que conta atualmente com quatro pesquisadores.
Estamos em contato com a Embrapa Trigo, para a realização de trabalho conjunto, no qual a instituição federal destinará pesquisadores que serão lotados na Epamig e realizarão trabalhos colaborativos nos campos experimentais de Lambari, Três Corações, Patos de Minas e Uberaba”, adianta o diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo de Paula.
Linhas de Pesquisa
Nesses 41 anos, a Epamig atuou no desenvolvimento, na adaptação e na transferência de tecnologias para o fortalecimento da agropecuária em Minas Gerais e no Brasil e tornou-se pioneira em diversas frentes de pesquisa. Atualmente, a Empresa desenvolve vários projetos nas áreas de cafeicultura, fruticultura, bovinocultura, aquicultura, olericultura, grãos e oleaginosas, e pesquisa novas alternativas, como a produção de azeitona e azeite, floricultura e vitivinicultura, bem como demandas emergentes relacionadas à preservação de recursos naturais e hídricos.
Olivicultura
A Epamig é responsável pela primeira extração de azeite extravirgem do país. O produto é resultado de mais de três décadas de pesquisas relativas ao cultivo de oliveiras e à escolha de cultivares adequadas às condições climáticas da região da Serra da Mantiqueira, no sul de Minas.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Para recuperar o tempo perdido das oliveiras brasileiras

Por Paula MouraEspecial para o Estado 
Era proibido plantar oliveiras no Brasil até o período imperial. Isso explica porque o Brasil demorou tanto para entrar no agronegócio do azeite. Não por acaso, a produção nacional só começou depois da entrada no ramo de outros países da América Latina como Argentina, Peru, Chile e Uruguai.
Em 1940, mudas de oliveira foram trazidas por um português que veio ao País para trabalhar como administrador de uma fazenda em Maria da Fé (MG). Com o passar dos anos, as oliveiras foram estudadas na fazenda, que passou a pertencer ao governo federal e mais tarde se tornou a sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Desses estudos, surgiu a primeira variedade brasileira, a Maria de Fé, melhorada a partir das mudas de galeguinha portuguesa na década de 40. “Segregaram-se seleções em cima de seleções e hoje a genética da variedade Maria da Fé é diferente da galeguinha portuguesa, apesar de a base ser a mesma”, explica Luiz Fernando Oliveira, agrônomo da Epamig com mestrado, doutorado e nome dedicados à olivicultura. A Epamig também desenvolveu outras variedades brasileiras: grappolos 541 e 575, ascolano 315, entre outras.
O primeiro azeite 100% nacional foi extraído da instituição mineira em 29 de fevereiro de 2008. Já a primeira marca comercial surgiu em 2010 em Cachoeira do Sul (RS), com o Olivas do Sul, da família Aued. Nestes sete anos, a olivicultura mais que triplicou em área de cultivo em diversas regiões do País. E está só começando.

Azeite 100% brasileiro: extravirgem e extrafresco

Por Paula MouraEspecial para o Estado 
A produção de azeite brasileiro cresceu e melhorou. Pela primeira vez, é possível montar um painel de degustação de azeites feitos no País. Prensados e engarrafados em diferentes regiões.
Em comum, todos têm a cor viva e o aroma generoso que revelam de cara: o azeite é fresco. O curto intervalo de tempo entre o campo e o prato é o maior trunfo do azeite produzido no Brasil – os importados enfrentam uma longa jornada até chegar ao consumidor. E azeite, quanto mais novo, melhor.
A colheita nacional terminou entre março e abril e os azeites recém-extraídos já estão na prateleira. No caso dos importados à venda aqui, na melhor hipótese, foram prensados em novembro. E mais: os brasileiros, engarrafados pelo próprio produtor, escapam das fraudes e adulterações corriqueiras no mundo do azeite denunciadas no livro Extravirgindade, do jornalista americano Tom Mueller.
FOTO: Felipe Rau/Estadão
A produção de azeite brasileiro atingiu neste ano um nível de qualidade inédito. Pela primeira vez, o País participou do Salão Internacional do Azeite Extravirgem, em Jaén, na Espanha, no início do mês. O Brasil levou uma seleção feita por Marcelo Scofano, professor de gastronomia no Rio de Janeiro.
“Há predominância de azeite de fruta madura, com características suaves e delicadas, mas marcantes, uma vez que a grande parte dos produtores usa arbequina”, diz o especialista. Ele ressalta que a produção deste ano tem azeites de frutado verde com muita personalidade, produzidos em Caçapava do Sul (RS), na Bocaina e na Mantiqueira. Para Scofano, o azeite brasileiro promete boa evolução. “A personalidade sensorial do terroir brasileiro está em formação, mas tem características muito próprias.”
Crescimento. As duas maiores regiões produtoras de azeite no País – Serra da Mantiqueira e sul do Rio Grande do Sul – já somam cerca de 20 plantas de refino, ou lagares. “Antes, o desafio era saber se a oliveira seria capaz de produzir em escala comercial em condições climáticas e solo brasileiro”, diz Paulo Freitas, degustador profissional de azeites. A confirmação já veio, agora o momento é de buscar a afirmação. “Temos pelo menos cinco marcas consolidadas no mercado. No ano passado, eram só três”.
Várias marcas nacionais de azeite ainda são vendidas apenas localmente ou nas próprias fazendas. E algumas poderão demorar para chegar às lojas.
Outra novidade é a certificação de marcas de azeite orgânico no País. “Havia um grande questionamento se seria possível produzir azeite orgânico no Brasil devido ao clima úmido. Mas neste ano, dois produtores já conseguiram certificação”, comemora Freitas.
“Cada safra é uma degustação nova, estamos descobrindo os sabores”, conta Carlos Diniz, presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), que tem 45 associados entre Minas Gerais e São Paulo.
Em busca do azeite brasileiro
Para montar esta seleção de azeites nacionais, dois especialistas visitaram produtores nas três regiões produtoras do País e escolheram os melhores. Paulo Freitas é degustador e Arnaldo Comin, dono do empório Rua do Alecrim, primeira loja da cidade especializada em azeites brasileiros. O repórter Daniel Telles e a repórter Paula Moura também participaram da avaliação. Veja a seguir os azeites extravirgens brasileiros que vale conhecer.
FOTOS: Daniel Teixeira/Estadão
BORRIELLO
Carla Retuci largou o mercado financeiro para fazer azeite com o marido, Mario Borriello, em Andradas (MG). Neste ano, compraram a prensa e estão prensando arbequina e grappolo na fazenda, aberta a visitação.
Degustação
Blend grappolo e arbequina: frutado e amargor médios, leve picância. Equilibrado.
Informações:
Tel.: 98282-0872
R$ 36,90 (250 ml, no Empório Rua do Alecrim); R$ 68 (500 ml, n’A Queijaria)
OLIQ
Três apaixonados por São Bento do Sapucaí (SP), Vera Masagão, Antônio Batista e Cristina Vicentin resolveram produzir azeite de arbequina numa propriedade na região. Plantam também koroneiki, grappolo e Maria da Fé. Fazenda é aberta a visitação.
Degustação
Grappolo: frutado médio a alto, amargor e picância leves. Notas de castanhas.
Informações:
R$ 33,90 (250 ml, no Empório do Alecrim); R$ 49 (250 ml, n’A Queijaria)
OLIVAIS DA BOCAINA
Aníbal Cury e Dominique Pierre Faga são donos da Olivais da Bocaina, em Silveiras (SP). Produzem azeites de arbequina e grappolo e esperam a frutificação de koroneiki. Há visitas guiadas e degustação.
Degustação
Grappolo: frutado e amargor médios e picância de leve a média. Tem boa complexidade.
Informações:
R$ 35 (250 ml, direto com o produtor); R$ 38,90 (250 ml, no Empório Rua do Alecrim)
OURO DE SANT’ANA
Depois de 40 anos em uma multinacional, o agrônomo peruano Fernando Rotondo se instalou em Santana do Livramento (RS), plantou koroneiki, arbosana, coratina, arbequina, picual e frantoio. Neste ano, engarrafou azeites de arbequina e coratina, mais picante.
Degustação
Arbequina: frutado médio, amargor e picância leves.
Informações:
R$ 24,90 (250 ml, no Empório Rua do Alecrim) e R$ 35,30 (500 ml, no Empório Santa Luzia)
PROSPERATO
A primeira safra comercial da família Marchetti foi em 2013. Além das três variedades disponíveis no mercado – arbequina, arbosana e koroneiki –, já têm olivais de picual, frantoio, manzanilla, coratina e galega. Recebem visitas no lagar em Caçapava do Sul (RS).
Degustação
Koroneiki: frutado, amargor e picância médios. Boa persistência de sabor. Blend arbequina e arbosana: frutado, amargo e picância médios.
Informações:
Preços ainda não definidos. A safra 2015 chega em julho no Empório Rua do Alecrim
FAZENDA MARIA DA FÉ
Reflorestadores, os Bonifácios se depararam com uma fazenda de olivais abandonados em Maria da Fé (MG). Apostaram no negócio e produzem azeite de arbequina, grappolo, koroneiki e coratina. Agora, buscam certificação orgânica. Aberta à visitação.
Degustação
Coratina: Frutado médio, amargor de médio a intenso, picância de média a intensa. Muito intenso. Para alguns, amargo demais.
Informações
11 99991-7608
R$ 35 (250 ml, com o produtor)
VERDE OLIVA
O casal Newton Litwinski e Fátima Garcia produz azeite orgânico numa fazenda em Delfim Moreira (MG). Aceitam encomendas por correio e fazem visitas agendadas.
Degustação
Arbequina: frutado leve, amargor leve a médio, picância leve.
Informações
tel.: 35 3624-1334
R$ 50 (250 ml, direto com o produtor)
PAIOL VELHO
Na propriedade da família de Luiz Menezes, em Cristina (MG), são plantadas azeitonas de quatro variedades. Sua primeira produção comercial, neste ano, é pequena (100 litros), mas deve crescer em dois anos.
Degustação
Blend de grappolo e koroneiki: frutado de leve a médio, amargor médio e picância leve. Bem equilibrado.
Informações
tel.: 12 99719-2083
R$ 70 (500 ml, direto com o produtor)
EPAMIG
A empresa produz azeites de seus olivais experimentais e também processa azeitonas de produtores da região.
Degustação
Maria da Fé: frutado médio, amargor leve e picância de leve a média. Notas verdes de azeitona, folhas verdes e maçã verde.
Informações:
tel.: 35 3662-1227
R$ 35 (250 ml, direto do o produtor)
COMO DEGUSTAR AZEITE
Tripé
As principais características sensoriais do azeite são notas frutadas, amargor e picância. E são esses elementos que se deve buscar ao provar um azeite. Quanto mais fácil surgirem os atributos, mais novo o azeite.
Frutado
Pode ser sentido no aroma e no sabor e está diretamente ligado ao frescor. Pode ser mais ou menos intenso, remeter a fruta verde ou madura, pode lembrar campo, tomate, amêndoas ou até chocolate. A presença de frutado é indicador de qualidade, azeite sem fruta não é bom. Mas tanto faz o tipo de fruta.
Amargor
É sentido sobre a língua e pode ser mais ou menos intenso. Um bom azeite deve apresentar equilíbrio entre o amargor e a picância.
Picância
É sentida quase na garganta. A intensidade depende da variedade da azeitona. Amargor e picância intensos vão bem com pratos mais condimentados.
Cor
Tom esverdeado indica que o azeite foi recém-espremido. Com o tempo, que pode variar de seis meses a um ano, o óleo vai ficando mais dourado.
E a acidez?
Não é perceptível ao paladar. Trata-se de um parâmetro químico que determina a quantidade de gordura do azeite. Se for menor que 0,8%, o azeite é extravirgem. Quanto menor a acidez, melhor o azeite, mas não se trata de critério absoluto. O degustador Paulo Freitas ressalta: “um azeite com 0,2% de acidez pode ser menos agradável e até ter defeitos comparado ao que tenha 0,5%”.

Para o azeite brasileiro, quantidade não é o negócio

Por Paula MouraEspecial para o Estado 
A maior parte do azeite consumido no Brasil é importada de Portugal, Espanha e Itália. Em 2014, o Brasil se tornou o décimo maior consumidor mundial de azeite, ultrapassando Portugal em números absolutos e o mercado tende a crescer, pois o consumo per capita ainda é considerado pequeno.
Mas os produtores dos azeites brasileiros não olham para quantidade. “Não temos como competir com o azeite do supermercado e nem queremos isso. Nossa proposta é um produto de qualidade superior”, diz Carlos Diniz, da Assoolive.
Apesar da alta qualidade comprovada em testes químicos, o Brasil ainda não tem um painel de avaliação sensorial ligado ao Conselho Internacional do Azeite (IOC, na sigla em inglês), que avalia em degustação os atributos de aroma e sabor. “A diferença da análise química para a de um painel é considerar a análise sensorial, ou seja, defeito zero e frutado maior que zero”, ressalta Diniz.
A Assoolive planeja organizar seu primeiro painel independente em julho, convidando especialistas brasileiros e do exterior. Ao mesmo tempo, iniciaram um processo de identificação geográfica e de origem para a região dos contrafortes da Mantiqueira.
O brasileiro tem:
Frescor. Os olivais são em pequenas propriedades próximas a lagares, o que garante a rapidez entre colheita e prensagem das azeitonas. Isso evita oxidação, o que aumenta a qualidade do azeite.
Variedades. A variedade mais plantada por aqui é a espanhola arbequina, suave. Mas também são cultivadas a espanhola arbosana, a grega koroneiki, a italiana grappolo e a brasileira Maria da Fé, entre outras.
Futuro. Daqui para a frente, a produção deve aumentar. Com o envelhecimento dos olivais, a produtividade das árvores fica maior.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Caminho das Oliveiras, no Sul de Minas, é inaugurado

Percurso total do Caminho das Oliveiras, entre Pouso Alto e Maria da Fé, é de 100 km, e pode ser percorrido em sete dias, na média de 15 km diários, com apoio técnico.

caminho das olivveiras Caminho das Oliveiras, no Sul de Minas, é inaugurado

Que o Sul de Minas é um lugar místico, de belas paisagens e propício a caminhadas, trilhas, esporte de aventura e ecoturismo, todos que aqui visitam não ficam com dúvidas. E é por este potencial que mais uma possibilidade de divulgar a região, a mais visitada de Minas Gerais, é inaugurada: “Caminho das Oliveiras”.
Entre os dias 16 e 26 de março, a empresa Trilhas d´água Passeios Ecológicos realizou o primeiro roteiro do Caminho das Oliveiras, que passa por cidades que integram dos Circuitos Turísticos: Terras Altas da Mantiqueira, Estrada Real, CRER (Caminho Religioso da Estrada Real), Caminhos do Sul de Minas e Caminho dos Anjos.
Cidades como Pouso Alto, São Sebastião do Rio Verde, Itanhandu, Passa Quatro, Virgínia, Dom Viçoso, Pintos Negreiros e Maria da Fé estão cultivando oliveiras para produção do azeite extra virgem de alto padrão de qualidade, atraindo a atenção de especialistas da área. A produção de azeite do Sul de Minas colabora com o crescimento em 150% em 2015 em relação ao produzido em 2014, em todo o estado de Minas Gerais.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Estado terá programa de fomento para olivicultura

Objetivo é que a produção de azeite atenda à demanda do Estado
Adriana Lampert
Diminuir as importações de azeite de oliva e fazer com que o Rio Grande do Sul possa
suprir a demanda de mais de 2 milhões de litros do produto comercializados anualmente 
em supermercados gaúchos é um dos focos do Programa Estadual da Olivicultura.
O pontapé inicial foi dado ontem, na sede da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seapa),
onde ocorreu um seminário envolvendo mais de 60 pessoas, entre técnicos
das Câmaras Setoriais,
produtores de oliveira, fabricantes de azeite e representantes de secretarias municipais,
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e de entidades
como Fepagro,
Embrapa e Emater. A iniciativa de reativar o grupo criado em 2009 visa ainda 
a equacionar as demandas da cadeia produtiva da oliveira, tanto de produtores quanto
de indústrias e do varejo.

"A partir de subsídios colhidos junto a entidades e a todos os envolvidos na cadeia

produtiva,
pretendemos estruturar o programa, já que a atividade vem crescendo no Estado
e tem grande potencial", observou o titular da Seapa, Ernani Polo. Segundo dados 
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), atualmente 
o Rio Grande do Sul conta com aproximadamente 3 mil hectares e apresenta ritmo
crescente de expansão, com novas áreas sendo plantadas. A maioria fica
na Metade Sul do Estado (Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Bagé, Santana
do Livramento, Rosário do Sul,
Jaguarão, Canguçu e Cachoeira do Sul). Conforme o coordenador-geral das câmaras
setoriais do governo gaúcho, Rodrigo Rizzo, a atividade é uma fonte extra de
renda para produtores de arroz, de frutas e de ovinocultura de corte.

A extração de óleo e fabricação de azeite de oliva ainda é pequena e abastece

apenas o Estado:ao todo, cinco fábricas atuam no mercado gaúcho, com pouca
participação nas vendas. "A maior parte do que é consumido no Rio Grande do
Sul é importado da Grécia, Espanha e Itália", 
aponta Enilton Coutinho, engenheiro agrônomo da Embrapa. Acostumado a
realizar a introdução de oliveiras de outros países e coletar material para seleção,
o técnico da Embrapa afirma que, em termos de
qualidade, a produção gaúcha é competitiva. "Nosso produto é excelente",
resume, completando que o azeite de oliva gaúcho é obtido através do cultivar
chamado arbequina. "É mais equilibrado,então não tem um destaque tão picante
nem tão amargo."

Ernani Polo chamou a atenção para o que considera um "passo adiante"

para o desenvolvimento da cadeia produtiva de oliveiras, com foco no estímulo do
consumo do produto gaúcho. "Isso só será possível através do fortalecimento do
setor." Na opinião de Rizzo, apesar da boa qualidade dos produtos,
há necessidade de regramento e novas variedades que sejam mais adequadas às
condições de solo, clima,relevo e vegetação do Estado. "Aí entra a Embrapa,
para identificar zonas produtoras e fortaleceras associações entre os agricultores."

O gerente técnico estadual da Emater, Valmir Wegner, aponta a importância do

programa para o complemento de renda de agricultores familiares do Estado.
Segundo Wegner, atualmente há 120 produtores de oliveira cadastrados no
Rio Grande do Sul. "É uma cultura cuja cadeia produtiva não está bem organizada
e tem deficiência de mão de obra na indústria", afirma. Segundo Francisco Gama,
engenheiro agrônomo e fiscal federal do Mapa, apenas 39 agricultores estão habilitados
no ministério para realizar o plantio no Estado. "Requer investimento alto",
avalia Coutinho, lembrando que as linhas de crédito para o cultivo ainda são
incipientes. "A vantagem é que é um produto que perde o caráter perecível -
pode ser colhido a qualquer momento - e tem alta rentabilidade por hectare."

Empresas buscam benefícios fiscais

Para as empresas da cadeia da olivicultura, as principais demandas do setor
estão na legislação e na tributação. Responsável pela produção de 150 mil mudas
de oliveira por ano, a Tecnoplanta,de Barra do Ribeiro, defende a regularização
dos agroquímicos para o cultivo da oliveira, a necessidade de aumento da base
genética e a desoneração de impostos. "A gente investe um volume muito grande
de recursos, e isso gera um aprendizado amplo, que vai ficar de legado para os
agricultores. Este custo poderia ser transformado em algum benefício fiscal", 
sugere o diretor técnico da empresa,
Osmar Paulo Pereira da Rosa. Para ele, o ICMS é o imposto que mais pesa no
orçamento das fabricantes de azeite de oliva.
"Já faz algum tempo que pleiteamos por linhas de financiamento para compra de
maquinário, tanto para otimizar a coleta, quanto para extração do azeite", completa
o sócio-proprietário da Olivas do Sul,Daniel Aued. "O produtor já faz investimento
alto para implementar o pomar (R$ 10 mil cada hectare),
seria importante ele não precisar pagar adiantado (antes de colher) por estes equipamentos.
" Segundo o empresário, o licenciamento de produtos, como defensivos que possam
ser liberados para a cultura, é outra demanda urgente.

Produção de azeite em Minas vai dobrar com safra de azeitona

Produto processado a partir da oliveiras plantadas no estado deve registrar recorde este ano. Os 25 mil litros previstos representam aumento de 150% do que foi produzido no decorrer de 2014

A oliveira, conhecida como a árvore da vida, por causa da sua logenvidade, está renovando o fôlego da produção agrícola no estado. Ainda em pequena escala, a atividade ganha novos adeptos e a área cultivada cresce a um ritmo de 10% ao ano. Em 2015, a produção mineira do puro azeite de oliva extravirgem vai mais que dobrar, atingindo 25 mil litros. O recorde coincide com o início da produção da maior parte dos olivais, cultivados no estado a partir de 2009. Com a possibilidade de a linha pública de crédito chegar ao mercado, o promissor campo das oliveiras começa agora a ser uma promessa também para os pequenos produtores.
Hoje, pelo menos 40 municípios do estado já cultivam a espécie para extração do azeite. São cerca de 60 produtores concentrados principalmente no Sul de Minas, na região de Maria da Fé e Aiuroca, na Serra da Mantiqueira, e nas proximidades de Barbacena, na Região Central do estado. Como a oliveira pede terrenos de altitude e baixas temperaturas, as cultivares desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) estão prosperando com excelente adaptação nessas regiões. Elogiado por especialistas europeus, o azeite mineiro alcança preços que no varejo chegam a R$ 140 por litro. Colhido a partir de azeitonas sadias, o azeite feito no Brasil, além da excelência na qualidade, leva uma vantagem em relação ao concorrente importado: pode ser consumido fresquinho, sem passar por longo período de armazenagem. “É um produto de ótima qualidade, extravirgem e que chega rapidamente ao consumidor. O ideal é que o azeite seja consumido dentro do seu ano de produção. Depois disso, ele já começa a perder algumas características”, explica Nilton Caetano de Oliveira, consultor e ex-presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive).

Aposta
A possibilidade de retorno diante dos bons preços alcançados no mercado tem atraído produtores, mesmo que os investimentos iniciais sejam altos e o retorno, de médio prazo. Segundo Nilton Oliveira, nos primeiros quatro anos, são necessários R$ 30 mil por hectare, sendo que 50% desse recurso é gasto logo nos primeiros 12 meses. Em média, as propriedades de Minas têm de 10 a 15 hectares com oliveiras. O volume de investimentos ainda tem sido feito, em sua maioria, sem financiamentos. Na região de Aiuroca, as produtoras Ângela Duvivier e Isabel Carneiro trocaram o Rio de Janeiro pela Reserva do Sauá. Além de trabalhar para preservar a natureza, elas incluíram as oliveiras na vida nova. A primeira colheita foi de 300 quilos. Neste ano, a segunda safra, colhida 100% manualmente, já saltou para 12 toneladas, transformadas em 1,2 mil litros de azeite. “O produto é tão bom que mais parece um suco de oliva”, descreve Ângela, que vai vender garrafas de 250ml por R$ 40, preço que é reduzido na venda por atacado. “Estamos gostando muito da experiência. O clima aqui é próprio, é frio e as chuvas do verão têm boa drenagem. Buscávamos uma atividade que pudesse contribuir para sustentar a reserva”, explica a produtora.
Desde que o primeiro azeite de oliva brasileiro foi extraído em Maria da Fé, em 2008, a produção mineira só cresceu. No ano passado, foram 10 mil litros. Para este ano, a expectativa é que o resultado mais que dobre. Luiz Fernando de Oliveira, pesquisador da Epamig, explica que tem aumentado o interesse de produtores, buscando a empresa para informações técnicas sobre a cultura. Hoje, são 700 mil oliveiras plantadas na Serra da Mantiqueira e o potencial do estado é para atingir até 3,5 milhões de litros de azeite na próxima década.
As oliveiras brasileiras ainda são jovens e não atingiram sua plena produção, isso sem contar as nova florestas que se iniciam. Estudos europeus mostram que a partir do quarto ano de vida a produção é crescente, estabilizando perto do 12º aniversário. E não é porque o ramo da oliveira sinalizou para Noé que depois do dilúvio ainda havia vida na terra que a árvore é conhecia como a espécie da vida. “Na europa, existem registros de oliveiras com 200 anos em plena produção”, lembra o pesquisador.

"Análise sensorial dos azeites OLIQ"

 O azeitólogo Marcelo Scofano faz exame sensorial dos azeites OLIQ da safra 2015 no lagar da Fazenda Santo Antônio do Bugre, no último domingo. Acompanham a análise o novo presidente da Associação de Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira, Carlos Diniz, os sócios de OLIQ e seu mestre lagareiro, Mário Marcolino, e os produtores Elda Diniz e Ronaldo Adriano da Cruz. Todos os azeites são aprovados. O destaque da safra: o monovarietal arbequina. A análise química, já realizada, revelou índices de acidez em torno de 0,17%.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Mantiqueira ingressa com potencial no mercado do Azeite Extra Virgem

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Mantiqueira ingressa com potencial no mercado do Azeite Extra Virgem

Em São Bento do Sapucaí, cidade vizinha a Campos do Jordão, o Azeite Oliq já da seus “primeiros passos” em direção ao reconhecimento como azeite extra virgem de qualidade.
  Fruto do espírito empreendedor de Vera Masagão Ribeiro e seu marido Antônio Gomes Batista, da Fazenda Bugre e Cristina Vicentin, da fazenda São José do Coimbra, formaram o núcleo de produtores rurais que se dedica à olivicultura e investe em maquinário.
Minas Gerais e o Rio Grande do Sul já se posicionam de forma mais concreta nesse mercado mas a Serra da Mantiqueira tem história com o Azeite, é o que conta o Edmundo Ferreira da Rocha no site Campos do Jordão Cultura relatando registros do historiador Pedro Paulo Filho.
Antonio de Oliveira Pires, português de nascimento e jordanense por adoção, que chegou às nossas terras no ano de 1936 para tratamento de saúde. Natural de Leiria, Pires foi pioneiro em nossa cidade inaugurando, no mesmo ano, primeira linha de transporte urbano, ligando as Vilas Abernéssia, Jaguaribe e Capivari, denominada Viação Campos do Jordão.

Em 1951 vendeu sua linha de ônibus para a empresa Pássaro Marrom, e passou a se dedicar ao cultivo de azeitonas para fabricar o primeiro azeite nacional, “tendo sido bem sucedido e provocado grande repercussão em São Paulo”.
Segundo o historiador, “em oito de abril de 1959, o engenheiro Irineu Gonçalves da Silva, do Departamento de Produção Vegetal, da Secretaria de Agricultura, convidou as autoridades municipais para a inauguração do Lagar de fabricação de azeite de oliva, instalado na Pousada da Serra, enfatizando o pioneirismo da olivicultura industrial no Brasil”
“Dois dias depois, o jornal O Estado de São Paulo, sob o título ‘Primeira fábrica de Óleo de Oliva’, noticiava a inauguração da destilaria que, embora pequena, resultava do pioneirismo de seu proprietário, em atividade ainda completamente inédita no Brasil.”
A audaciosa intenção para 2015 é saltar de 400 litros produzidos no ano passado, para 15 mil litros, e no mínimo quadruplicar o faturamento.

terça-feira, 24 de março de 2015

IV CURSO DE ANÁLISE SENSORIAL E QUALIDADE DE AZEITES

Informamos que estaremos realizando no período de 12 a 14 de maio/2015, nas dependências do ITAL/APTA - Instituto de Tecnologia de Alimentos, Campinas, SP, o IV CURSO DE ANÁLISE SENSORIAL E QUALIDADE DE AZEITES -  UM PERCURSO DE QUALIDADE, DAS AZEITONAS AO AZEITE EXTRAVIRGEM.
O objetivo do curso é oferecer uma ampla visão do processo de cultivo e produção de azeitonas, extração e conservação de azeites, enfatizando os fatores que interferem na qualidade dos azeites. A análise organoléptica representa um dos mais importantes parâmetros qualitativos para classificação mercadológica de azeites de oliva. O curso consentirá aos participantes distinguir entre azeites sem defeitos, ou extravirgens e azeites com defeitos organolépticos. Abordará aspectos de toda cadeia produtiva das oliveiras, enfatizando fatores que interferem na qualidade de azeites, desde a implantação do olival até a conservação dos azeites. O curso está em sua quarta edição, e este ano trará como inovação a extração e filtração de azeite em máquina extratora financiada por projeto CNPq pelo Grupo Oliva SP, e a realização das análises químicas básicas de qualidade de azeites: acidez livre, índice de peróxidos e extinção específica no ultravioleta, que serão realizadas em laboratório do Centro de Ciência e Qualidade de Alimentos (CCQA), no ITAL – Instituto de Tecnologia de Alimentos.
Inscrições e Programação: http://www.apta.sp.gov.br/olivasp; ou Edna Bertoncini (ebertoncini@apta.sp.gov.br; Fone: 19 34215196 ramal 343); ou Juliana Rolim (juliana@iac.sp.gov.br; Fone: 19 3202-1750
 
Facilitadores:
· Ugo Testa – Engenheiro Agronômo da ASSAM – Agenzia Servizi Settore Agroalimentare de Marche, Itália - Docente Associazione Assaggiatori Professionisti FLAVOR Cultura di Gusto, com grande experiência em toda Itália, e degustador inscrito no grupo nacional de degustadores de azeites, integrante de Panel Test creditado pelo COI e MIPAF.
· Edna Bertoncini - O curso será orientado para a realidade brasileira, e traduzido simultaneamente pela Pesquisadora Científica Edna Bertoncini, do Projeto OLIVA SP.
Instituição Coordenadora: Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo - APTA – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios.
 
Realização: GRUPO OLIVA SP

segunda-feira, 16 de março de 2015

Tecnologias da Epamig contribuem para o sucesso de produtores de azeite

Na Fazenda Experimental de Maria da Fé, no Sul de Minas, agricultores contam com um completo pacote para desenvolver o cultivo, plantio e processamento do produto
BELO HORIZONTE (13/03/2015) - Minas Gerais se prepara, em 2015, para um novo recorde na agricultura, com produção de mais de 20 mil litros de azeite extra-virgem, o dobro da safra do ano anterior. A previsão é da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), que reúne produtores dedicados às plantações de azeitona. No Estado, o Sul de Minas é o maior polo produtor.
Parte fundamental nessa conquista de bons resultados é o trabalho da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Pioneira nas pesquisas em olivicultura Brasil, especialmente na seleção de variedades e produção de mudas de qualidade e mais adequadas às condições brasileiras, a Epamig se dedica há mais de 30 anos no estudo desse fruto na Fazenda Experimental de Maria da Fé, no Sul do Estado.
O trabalho da Epamig nesse contexto, segundo o pesquisador e coordenador da Extração de Azeite na Fazenda Experimental, Luiz Fernando de Oliveira, envolve três importantes momentos para que a olivicultura despontasse como atividade promissora para a região e para o país.
"O primeiro e principal trabalho foi o desenvolvimento da tecnologia para produção de mudas, este que é o principal insumo no cultivo das oliveiras", destaca. Em seguida, surge o estudo das espécies a serem plantadas, de acordo com as características locais. "Foram identificadas as variedades de oliveira melhores cultiváveis e adaptáveis, para fomentar a produção já com as condições da Mantiqueira como um todo", explica Luiz Fernando.
A etapa final foi um grande momento para a produção local, com a construção da indústria na Fazenda Experimental. "Muitos produtores paravam na colheita, não sabiam o que fazer, que destino dar aos frutos de seus plantios. O maquinário italiano, adquirido pela Epamig, para extração e processamento, possibilitou que o produtor tivesse a certeza de que todo o seu trabalho poderia ser finalizado com a produção do azeite", aponta.
Para garantir que o produtor erre o mínimo possível, reforça o pesquisador, "a Epamig chega aos olivicultores com este pacote tecnológico pronto: mudas disponíveis, as melhores variedades, orientações sobre poda, plantio, adubo e, ainda, o processamento e orientação sobre o que fazer depois que as oliveiras produzirem", observa. Na Fazenda Experimental, completa Luiz Fernando, "o produtor sai com o azeite processado, engarrafado e pronto para ser comercializado".
Dia de Campo de Olivicultura
Nesta sexta-feira (13/3), a Epamig realiza a 10ª edição do Dia de Campo de Olivicultura e 1ª Mostra Tecnológica de Olivicultura na Fazenda Experimental em Maria da Fé, no Sul de Minas. O evento atrai olivicultores e empresários de diversos estados do Brasil.
O Dia de Campo de Olivicultura é referência em transferência e difusão de tecnologias para extração de azeite extravirgem brasileiro. Durante o evento, serão divulgados estudos de produção azeite, extraído a partir de variedades de azeitonas adaptadas por meio de pesquisas da Epamig, que vêm se consolidando na região dos Contrafortes da Mantiqueira, que abrange municípios dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com o pesquisador da Epamig, Luiz Fernando de Oliveira, nesta edição serão apresentadas novidades em processamento da azeitona, polinização de frutos de oliveira, evolução da maturação e ponto de colheita das azeitonas. Destaque, também, para técnicas de reutilização de resíduo da produção de azeite, que possuem valor agregado e potencial para geração de renda. Adubo, alimentação para animais, carvão vegetal e cosméticos estão entre as possibilidades avindas do reaproveitamento.
Os participantes poderão, ainda, acompanhar a extração de azeite, conhecer publicações sobre olivicultura, cosméticos à base de óleo de oliva e equipamentos para colheita de azeitona.
A inscrição para o 10º Dia de Campo de Olivicultura é gratuita e pode ser feita no local do evento. A Fazenda Experimental da Epamig está situada na rua Washington Alvarenga Viglioni, s/n, bairro Vargedo, em Maria da Fé/MG. Mais informações: (35) 3662-1227 / (35) 3829-1190.
Curiosidades
Em 2008, foi criado o Núcleo Tecnológico Epamig Azeitona e Azeite, na Fazenda Experimental da Epamig, em Maria da Fé. O ano marca também a extração do primeiro azeite extravirgem brasileiro.
No ano seguinte, em função do fomento à atividade e da expansão do interesse dos produtores, foi criada a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), pioneira no segmento. Hoje, a Assoolive envolve mais de 40 produtores de 26 municípios.
Atualmente, segundo informações da Epamig, a oliveira é cultivada nos estados brasileiros de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, de maneira mais organizada, na região da Serra da Mantiqueira, que engloba São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em 2014, novos plantios de oliveira atingiram marca de 100 hectares, dado divulgado e comemorado pela associação de olivicultores.
O consumo de azeite per capita, no Brasil, também de acordo com a Empresa, é de 270 ml para 190 milhões de habitantes. Em 2012, o consumo total chegou a 50 milhões de litros. A produção na Serra da Mantiqueira, que inclui os produtores do Sul de Minas, chegou, naquele mesmo ano, a 3,2 mil litros de azeite. O crescimento se mantém e o potencial também, já que o que foi produzido corresponde apenas a 0,0064 do consumo interno do produto.