terça-feira, 12 de setembro de 2017

Convênio amplia atendimento do CIT a setor de olivicultura

MG é destaque na produção de azeites de qualidade
Centro de Inovação e Tecnologia SENAI FIEMG (CIT) e a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (AssoOlive) firmaram um protocolo de intenções para promover o desenvolvimento tecnológico, aumentar a conformidade e a competitividade do setor.
As ações previstas pelo acordo de cooperação serão executadas em parceria com o Instituto SENAI de Tecnologia de Alimentos e Bebidas. Entre elas estão a implantação de metodologias para realização de ensaios para caracterização dos azeites de oliva, com pacotes diferenciados aos associados; a determinação da estabilidade dos produtos e de fatores que possam afetá-la, tais como métodos de processamento e armazenamento; a realização de pesquisas para desenvolver usos industriais para o resíduo gerado no processo industrial; a realização de análises sensoriais; e o estabelecimento de um protocolo privado de qualidade para o azeite de oliva.
De acordo com a diretora do Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, Regina Sugayama, a olivicultura é um segmento que vem se estruturando no país, e Minas Gerais destaca-se pela ampliação da área plantada e pela alta qualidade dos azeites produzidos.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Secretaria de Saúde interdita fábrica que vende óleo com rótulo de azeite

Garrafas de azeite são alinhadas em uma fábrica, em Dos Hermanas (Espanha). *** ORG XMIT: MDP12 Bottles of olive oil are lined in a factory in Dos Hermanas, near the Andalusian capital of Seville September 21, 2012. Analysts and producers say the harvest in the world's largest olive oil producing country could well be half or less of what it was last year thanks to a harsh winter and drought that has shrivelled production, that has caused prices to spike, with consumers expected to pay more for the 'green gold' in coming months as supermarkets jack up prices. Picture taken September 21, 2012. REUTERS/Marcelo del Pozo (SPAIN - Tags: ENVIRONMENT BUSINESS SOCIETY FOOD)

 http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/07/1903990-secretaria-de-saude-interdita-fabrica-que-vende-oleo-com-rotulo-de-azeite.shtml 

Fonte Folha de São Paulo


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Azeite que nós reprovamos agora está proibido

A Anvisa proibiu a distribuição e a venda de um lote do azeite extravirgem Lisboa. Isso só reforça a credibilidade de nossos testes com esse alimento.
azeite Lisboa
Em abril deste ano, nosso teste com azeites extravirgens mostrou que, entre 24 marcas, seis não eram recomendadas para a compra. E uma delas era o Lisboa. Após diversas avaliações, descobrimos que esse produto estava adulterado. Ou seja, estava adicionado de outros óleos vegetais. Além disso, nossa análise sensorial mostrou que se tratava de um azeite lampante – tipo que não deve ser usado na alimentação. Na ocasião, indicamos aos consumidores que não comprassem essa marca e ainda alertamos às autoridades competentes sobre o problema, pedindo que fossem tomadas providências.
Nesta segunda-feira (12 de junho), tivemos uma grata surpresa: a Anvisa publicou, no Diário Oficial, uma resolução proibindo a distribuição e a comercialização do azeite Lisboa, lote 26454-361 (válido até 23/05/2019), em todo o Brasil. Isso se deu após a agência receber um laudo solicitado ao Instituto Adolfo Lutz, mostrando que esse produto obteve resultados insatisfatórios por apresentar características sensoriais, perfil de ácidos graxos, determinação de ácidos graxos monoinsaturados, determinação de ácidos graxos poli-insaturados e pesquisas de matérias-primas estranhas acima das faixas recomendadas para um legítimo azeite de oliva extravirgem. Vale lembrar ainda que o Ministério da Agricultura também divulgou, em abril, os resultados de testes de qualidade com o Lisboa, reprovando três lotes desse azeite.
A decisão atual só comprova a seriedade com que nossas análises são feitas, além, claro, da total credibilidade de nossos testes. “A medida adotada pela Anvisa vem ao encontro do que foi apontado por nós, uma vez que, em nosso mais recente teste, o azeite Lisboa foi uma das marcas reprovadas, motivo pelo qual recomendamos que o consumidor não consuma o produto”, comemora Sonia Amaro, supervisora institucional da PROTESTE. Por isso, fique sempre de olho nos resultados de nossos testes comparativos. 

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Minas entra na rota da produção de azeite

Na contramão das importações de azeite, Minas Gerais consolida cultivo comercial, que alimenta a extração de óleo de qualidade. Produção da Serra da Mantiqueira se destaca

postado em 29/05/2017 06:00 / atualizado em 29/05/2017 07:51
Luiz Fernando Oliveira/Divulgação

Olivas de Baependi: como a cultura é recente, de cada árvore madura são extraídos 10 quilos, enquanto a Espanha, maior exportador do mundo, colhe 35kg (foto: Luiz Fernando Oliveira/Divulgação)
Menos de uma década depois da primeira experiência de produção de azeite em Minas Gerais, pode-se dizer que o estado entrou definitivamente na rota de cultura e processamento do óleo. Quem decidiu investir nesse no mercado só tem a comemorar. Até o mês passado, foram contabilizadas 365 toneladas de azeitonas colhidas e 42 mil litros de azeite extraídos na região Sudeste – volume que já superou o esperado para todo este ano. São cerca de 180 olivicultores, 700 mil oliveiras e um terreno plantado de 2 mil hectares, em cerca de 50 municípios abrangidos pela Serra da Mantiqueira (40 em Minas e 10 em São Paulo), principal polo produtor no país.
Os números podem até ser modestos diante de um consumo de 50 milhões de litros de azeite em todo o país, mas indicam o começo de uma promissora trajetória. “Importamos muito azeite de fora, especialmente de Portugal, e durante muito tempo se disse que não tínhamos condições climáticas para produzi-lo. Agora estamos mostrando que o Brasil pode sim ser produtor do azeite”, diz Luiz Fernando de Oliveira, coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
O cultivo comercial de olivas (azeitonas) no país é recente, datado de 2008, mas, nesse pouco tempo, o setor já registra safras recordes a cada ano. Neste ano, a extração de azeite superou em 420% o volume registrado no ano passado e dobrou em relação a 2015, quando foram comercializados 25 mil litros do óleo. Em 2017, um fator fundamental tem sido as condições climáticas favoráveis para a cultura das oliveiras. O plantio na Região Sudeste inclui ainda algumas regiões serranas de São Paulo e Rio de Janeiro.
A Serra da Mantiqueira, que fica a 1,3 mil metros de altitude, é o ambiente ideal para o desenvolvimento das árvores, que precisam do frio para se desenvolver. Por isso, também é grande o cultivo em municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Somadas as duas regiões, a produção anual está em torno de 100 mil litros. Como a cultura é nova no país, de uma árvore madura são extraídos 10 quilos de azeitonas, enquanto em países como a Espanha, maior produtor de azeite do mundo, são 35 quilos. Cada litro de azeite produzido demanda cinco quilos do fruto.

A produção nacional é hoje comercializada apenas em casas especializadas, como mercados ou empórios, e nas propriedades onde o azeite é extraído. Para chegar a uma produção em larga escala ainda são necessárias pesquisas e o desenvolvimento de técnicas capazes de baratear a produção. “Como a oliveira demora quatro anos para começar a produzir, você investe sem ter retorno algum durante quatro anos. O retorno financeiro vem a longo prazo”, comenta Luiz Fernando, da Epamig.

Esse aliás é um dos motivos que fazem o azeite brasileiro ter um preço bem superior ao produto importado. Mas não é só isso. Luiz Fernando ressalta que a qualidade nacional é superior, pois o azeite é bem mais jovem que aquele comprado fora do país. Produtores locais têm condições de comercializá-los até 20 dias depois da extração das azeitonas, o que dá mais sabor ao azeite. Os produtos importados ofertados nas gôndolas dos supermercados costumam chegar por aqui depois de um ano da produção. Para 2018, há planos de lançamento de um selo de origem para atestar a qualidade do azeite, em parceira com a Epamig.

TRADIÇÃO
 A história das oliveiras no Brasil é antiga. As primeiras mudas foram trazidas ao país pelos padres jesuítas no século 16, e plantadas ao lado das igrejas. No período colonial, alguns fazendeiros cultivaram a planta, mas foram impedidos pela Coroa portuguesa, que agiu em interesse próprio – o país é o principal exportador do azeite para o Brasil. Desde então, segundo Luiz Fernando de Oliveira, foi disseminada a ideia de que o país não tinha solo próprio para o cultivo das árvores.

Na década de 1950, surgiram as primeiras tentativas de produção em São Paulo e no Rio Grande do Sul, que também não vingaram. A Epamig iniciou, então, um trabalho de pesquisas de campo e identificou a Serra da Mantiqueira como um território fértil para as oliveiras. Foram anos de pesquisas até que, em 2008, surgiu o primeiro azeite extravirgem brasileiro, divulgado durante um evento em Maria da Fé, município localizado no Sul de Minas.

O processamento foi feito em uma máquina artesanal. No ano seguinte, o Núcleo Tecnológico Epamig Azeitona e Azeite adquiriu um extrator de azeite, importado da Itália, e passou a processar o óleo em parceira com a Associação de Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive). “Fizemos um evento que foi muito noticiado pela imprensa, despertando o interesse para o assunto. Esse foi o pontapé para os plantios no Sudeste e no Sul do país”, recorda o técnico da Epamig.

AZEITE MINEIRO EM BH


Onde comprar

De Lá
Rua Santa Rita Durão, 919 – Savassi

Néctar do Cerrado
Mercado Distrital do Cruzeiro
Rua Ouro Fino, 452, loja 2B

Casa Bonomi

Av. Afonso Pena, 2.600 – Funcionários

Empório do Carmo

Rua Grão Mogol, 535 –Carmo

Roça Capital
Mercado Central de Belo Horizonte
Av. Augusto de Lima, 744 – Loja 268

Ananda

Av. Augusto de Lima, 744 – Lj 255 e 256
Fonte: Epamig
Tags: minas azeite

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Quadrilha usa óleo industrial para fraudar azeite

Óleo lampante é utilizado equipamentos de iluminação e é considerado um perigo se consumido
Quadrilha mistura óleo de soja para disfarçar o gosto forte do produto / Roberta Sorge/UnsplashQuadrilha mistura óleo de soja para disfarçar o gosto forte do produtoRoberta Sorge/Unsplash
Um tipo de óleo industrial vem sendo usado por uma quadrilha de fraudadores para adulterar azeites extra virgem. A Rádio Bandeirantes descobriu o esquema e negociou a compra do óleo chamado lampante com fornecedores, que chegam a dar dicas de como burlar a lei.

O lampante é um perigo para o ser humano. Esse tipo de óleo serve como combustível para equipamentos de iluminação, como por exemplo, transformadores da rede elétrica, e por isso não poderia ser utilizado como alimento.

“O azeite lampante é um subproduto do azeite de oliva, que foi obtido a partir da sobra das azeitonas que foram processadas e foi lavado com algum produto químico. É um fator realmente preocupante porque o azeite lampante faz mal à saúde”, disse uma especialista em azeites.

A estratégia é misturar óleo de soja para disfarçar o gosto forte do produto. Um vendedor envolvido na fraude afirma que, para o esquema não ser descoberto pela fiscalização, o segredo é mudar as informações no rótulo do produto.

Para se ter uma ideia, o azeite extra virgem de boa qualidade tem um teor de acidez próximo a 0,8%, enquanto o lampante pode passar de 3%, o que prejudica o colesterol, a pressão arterial e o coração.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Ital realiza curso de degustação de azeite

 O Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), de Campinas, realizou, de terça-feira (12) até ontem (14), a quarta edição do curso Análise sensorial e qualidade de azeites. A iniciativa é do Projeto Oliva SP, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), à qual o Ital pertence, e tem parceiros paulistas, de outros Estados e da União.
Participantes conheceram, além da classificação do produto, técnicas de plantio e colheita da azeitona; iniciativa pretende colaborar para a melhora da qualidade da produção.
Essa edição do evento, que se realiza de dois em dois anos, teve a participação de 37 pessoas, entre plantadores de azeitonas e importadores do óleo. Como a procura tem sido cada vez maior – havia mais de 60 interessados no curso, mas nem todos puderam participar, por uma questão de espaço –, os organizadores pretendem realizar o próximo encontro no ano que vem. A iniciativa ajuda agricultores, indústrias e importadores a melhorar a qualidade do azeite e também a conscientizar consumidores na escolha de bons produtos. Além da classificação, o público aprende técnicas de plantio e da colheita da azeitona.
Virtudes – O curso foi ministrado pelo especialista italiano Ugo Testa, do instituto de pesquisa Agenzia Servizi Settore Agroalimentare delle Marche (Assam), e por Edna Bertoncini, pesquisadora da Apta de Piracicaba, que também traduziu as informações para o português. A APTA reúne entidades de pesquisa no âmbito da Secretaria Esta dual de Agricultura e Abastecimento. As amostras utilizadas pelo Ital são originárias de países da Europa, Chile, Argentina e Brasil. Estudiosa da cadeia produtiva da azeitona, Edna assegura que a qualidade do azeite consumido no Brasil pode ser melhorada, pois alguns apresentam sabores rançoso, avinagrado ou mofado ou, ainda, gosto de terra. As boas qualidades apontadas por Edna e Ugo para a classificação de um azeite são os paladares e aromas frutados (que lembram cheiro de grama ou de azeitonas frescas) e, curiosamente, o sabor amargo e picante. “Essas duas virtudes, quanto mais acentuadas, melhor, pois indica presença de polifenóis – substâncias importantes no combate de doenças cardíacas”, garante a pesquisadora Perfeição – Os especialistas classificam o azeite em três tipos: extravirgem, virgem e lampante – esse não serve para consumo humano. O primeiro se aproxima da perfeição no paladar dos degustadores, que consideram o segundo razoável. A cor do azeite não interfere na qualidade, pois depende do tipo de azeitona, região, clima, etc. “O ideal é moer os frutos (com as sementes) no mínimo 24 horas após a colheita, para obter o máximo de sabor”, explica Edna. Ugo Testa diz que o azeite nacional tem potencial para ser como o europeu. Assegura que o Brasil está no caminho certo para obter um bom produto. Diplomaticamente, afirma que “não há azeite melhor do que outro. São apenas diferentes, assim como os vinhos, pois dependem de região, clima e outras variáveis”. No entanto, ele dá uma orientação interessante: “Há um azeite para cada tipo de alimento. Um é indicado para a salada, outro, com sabor mais intenso e forte, para o bacalhau”, receita o italiano.
Importação – Edna conta que no Brasil existem, aproximadamente, 3 mil hectares de olivais. O Rio Grande do Sul vem na frente, seguido por Minas Gerais e São Paulo. “O problema é encontrar o azeite made in Brazil”, confidencia a pesquisadora. “A pessoa deve pesquisar na internet ou ter a sorte de passar por uma região produtora. Alguns fabricantes moem poucas azeitonas e distribuem apenas localmente, ou até mesmo dão para parentes e amigos”, diz a pesquisadora. “O País vive mais uma onda da oliva. No passado, houve tentativas infrutíferas. Na época da colonização e do Império os portugueses plantaram aqui, mas as autoridades locais não tomaram conhecimento e continuaram importando o produto – cultura que perdura até hoje. Nos anos 1920, ocorreu nova tentativa na cidade mineira de Maria da Fé, mas o projeto não vingou, por conta do acordo firmado anos depois por Getúlio Vargas com a Argentina para plantar no Rio Grande do Sul.
Produção pioneira
Produtores sul-mineiros, como Carlos Diniz e Marco Antônio Fujihara, começaram a plantar oliveiras há alguns anos e, agora, fazem suas primeiras colheitas e produção do azeite. Carlos tem 8,7 mil pés de olivas na cidade de Consolação (MG) e, neste ano, obteve 20 litros na primeira prensagem. “No futuro, quando as árvores estiveram com plena capacidade de frutos, vou começar a vender”, espera ele. A oliveira se estabiliza em frutificação após sete anos e perdura por séculos.
Amaral (MG), cidade onde conseguiu, neste ano, 120 litros em sua segunda colheita. Ele espera alcançar, até 2019, 70 mil para, então, obter algum lucro. “No curso, descobri que sabia muito pouco sobre azeite”, diz Fujihara. A engenheira de alimentos do Ital, Juliana Ferini, também aproveitou para expandir conhecimentos sobre a cadeia produtiva da azeitona. “Gosto muito de aprender análise sensorial de alimentos, e a do azeite é novidade.”

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Minas Gerais tem safra recorde de azeitona com apoio técnico do Estado

Estado se destaca como produtor de azeite nacional. Epamig trabalha com pesquisas na área há 40 anos e desenvolve tecnologias na região da Serra da Mantiqueira

A produção de azeite mineiro registrou safra recorde neste ano. Após o término da safra na Mantiqueira, na primeira semana de abril, foram contabilizadas 365 toneladas de azeitona colhidas e 42 mil litros de azeite extraídos, volumes que superaram a expectativa dos produtores para 2017.
O número da extração de azeite é 420% maior em relação a 2016 - ano em que a safra foi prejudicada devido à condições climáticas -, e representa quase o dobro da safra 2015, em que foram extraídos 25 mil litros.
Minas Gerais entrou na rota de produção e processamento de azeite há nove anos - a primeira extração experimental, feita pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) no Campo Experimental em Maria da Fé, no Território Sul, aconteceu em 2008. Quase dez anos depois, o estado atesta grande potencial para a cultura, com mais de 180 olivicultores e cerca de 50 municípios da região da Serra Mantiqueira investindo na produção do fruto.
“Para este ano, queríamos extrair 40 mil litros, mas superamos o número. Isto se deve, principalmente, à nossa condição climática favorável, à maturidade das nossas oliveiras e ao aumento das áreas plantadas”, explica o presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), Nilton Caetano. Hoje, a Assoolive tem 50 associados.
O principal polo produtor de oliveira no país está localizado na Serra da Mantiqueira, que inclui os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além de Minas Gerais - onde está a maior parte da produção. A serra, que fica a 1.300m de altitude, é o ambiente ideal para o desenvolvimento das árvores, que precisam do frio para dar a flor. “Temos hoje 1.800 hectares plantados, com cerca de 700 mil árvores em produção”, pontua Caetano.
Com a expansão da atividade no estado, aumentam também os desafios. Segundo Nilton Caetano, como a cultura é nova no país, a produtividade ainda é pequena em relação a outros países, como a Espanha, maior produtor de azeite do mundo. Enquanto lá uma árvore madura (que tem em média 10 anos) produz 35 quilos de azeitona, aqui, colhem-se dez quilos do fruto.
“Nosso azeite tem qualidade excelente, e, quanto mais novo o azeite é, melhor. Como temos condições de comercializá-lo até 20 dias depois da sua extração, ele é muito mais saboroso do que os importados, que chegam para nós com um ano já de produção”, afirma o presidente da Assoolive. “Temos que melhorar cada vez mais o produto. Pretendemos, inclusive, lançar em 2018 um selo de origem em parceria com a Epamig, para atestar a qualidade do azeite produzido aqui, que está dentro dos padrões estipulados pela lei”, diz.
Olivicultoras há sete anos, Isabel Carneiro e sua sócia, Ângela Duvivier, já chegaram a colher 13 toneladas de azeitona na propriedade em Aiuruoca, Território Sul. “Estamos em uma reserva natural, então o nosso produto é todo orgânico. Em 2015, tivemos nossa maior safra, o que consumiu muitos nutrientes do solo. Entramos com adubação, um processo mais lento, pois não queremos perder a qualidade do nosso azeite e nem a sustentabilidade”, explica Isabel.
No terreno, as sócias mantêm 5.150 pés de oliveira, e se orgulham de produzir o que chamam de “azeite 100% azeite”, isto é, puro.
“Começamos a consumir azeite de verdade, e a saber diferenciar. O produto brasileiro é maravilhoso, tem um sabor diferente. Não consigo mais utilizar outro azeite”
Isabel Carneiro, produtora em Aiuruoca.
No ano passado, o azeite produzido por elas ganhou um concurso internacional de azeite de oliva extravirgem na Itália. Entre 400 rótulos, foram sete vencedores. “O nosso foi o único brasileiro premiado. Foi uma surpresa muito grande e um estímulo para nós”, diz a produtora.
Pioneirismo da Epamig
Além de pesquisar a cultura da oliveira na Serra da Mantiqueira há 40 anos e de ter realizado a primeira extração de azeite de oliva no Brasil, a Epamig faz a extração do azeite de oliva na região, produzindo com tecnologia da empresa para outros olivicultores. A unidade extratora tem capacidade de processamento de 100 kg/hora.
De um total de 66 variedades de oliveira registradas no Ministério da Agricultura, oito foram desenvolvidas pela Epamig. No banco de germoplasma mantido no Campo Experimental em Maria da Fé estão disponíveis 68 cultivares, sendo 35 delas fruto de pesquisas e melhoramento genético pela empresa.
“Temos a tecnologia desenvolvida. Então, essas mudas que disponibilizamos hoje aos produtores já estão bem adaptadas ao nosso clima”, destaca o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig, Luiz Fernando de Oliveira.
Entre as cultivares desenvolvidas pela Epamig e muito bem adaptadas no estado estão a Maria da Fé, a Ascolano 315, a Grappolo 541 e a Grappolo 575. Destas, só a Grappolo 575 não tem, ainda, registro no Ministério da Agricultura.
“Não havia nenhuma base para a cultura no Brasil, fomos pioneiros. Já temos azeite em outros estados brasileiros, e tudo começou em Minas Gerais. Mas, ainda temos muitos caminhos a percorrer e coisas a melhorar”
Luiz Fernando de Oliveira, coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig

Atividade movimenta economia
De olho no sucesso da produção de azeitona e azeite, aparecem, na região, cada vez mais produtos derivados do fruto e do óleo. É o caso da farmacêutica Vânia Gonçalves, de Maria da Fé, que viu o potencial cosmético nas propriedades benéficas da azeitona. 
Ela criou a marca Jardim Secreto, que tem sabonetes, difusores de ambiente e sachês aromatizantes, desenvolvidos a partir dos resíduos gerados na extração do azeite. “A azeitona tem alto poder antioxidante, e possui Hidroxitirosol, substância muito utilizada em cosméticos, que auxilia na renovação foliar da pele e ajuda inclusive a clarear manchas”, conta Vânia.
O sabonete tem ação hidratante e esfoliante, e os produtos são vendidos na região ou por encomenda. “O bacana é que aproveito tudo do resíduo da extração do azeite, isto é, tanto o bagaço da azeitona quanto a semente triturada, que seriam descartados”, conclui. “Os sabonetes são aromatizados com óleos essenciais e essências naturais. Não contêm conservantes e nem corantes químicos. São biodegradáveis e não agridem a pele nem o meio ambiente”, completa.
Já Márcio de Alencar Silva e sua mulher, Ana Lúcia, fabricam bombons de azeitona e de azeite de oliva. O casal, que trabalha com chocolate há 11 anos e tem a marca Chocolate Tentação, teve a ideia de inovar quando os primeiros azeites começaram a ser fabricados na região.
“Minha esposa começou a desenvolver o produto, fizemos os testes e deu certo. O pessoal ficou meio receoso a princípio, mas a procura foi só aumentando e hoje graças a Deus é um sucesso”, diz Márcio Silva.
Até ovo de páscoa teve nesta Páscoa. “Fizemos só cinco unidades para o Dia de Campo da Epamig em Maria da Fé, mas o pessoal gostou tanto que tivemos mais de 30 encomendas”, comemora Silva. 
O produtor explica como são os bombons: “O de azeitona é agridoce, dá um contraste bom, e tem até um pedaço de azeitona no recheio. Já o de azeite de oliva é diferente, pois o óleo é incorporado ao chocolate. Então fica leve, macio e com um sabor mais sutil”.
O sucesso dos produtos inusitados é tanto que, depois do pão de mel, carro chefe do casal, os produtos derivados da azeitona são o segundo item mais vendido.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Mapa identifica 45 marcas de azeite fraudados

Irregularidades são praticadas por envazadoras que misturam óleos vegetais a derivado de azeite impróprio para consumo

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) identificou irregularidades em 45 marcas de azeite entre 140 coletadas nos últimos dois anos. As amostras foram colhidas em 12 estados e no Distrito Federal, num total de 322.329 litros (dos quais 114.750 litros considerados conformes e 207.579 litros com problemas). A equipe de fiscalização inspecionou 279 amostras de 214 lotes. Do total, 38,7% dos lotes tinham problemas e 79% das irregularidades eram relacionadas a baixa qualidade (produto ruim vendido como bom).
A fraude mais comum praticada por empresas envazadoras é a utilização de óleo vegetal com azeite lampante, que tem cheiro forte e acidez elevada, (extraído de azeitonas deterioradas ou fermentadas) e que não deve ser destinado à alimentação. No Paraná, foram identificadas empresas que vendiam produto como azeite de oliva, mas com composição de 85% de óleo de soja e 15% de lampante. As fraudadoras foram autuadas, multadas em até R$ 532 mil por irregularidade encontrada e os produtos foram apreendidos para descarte. As empresas também foram denunciadas ao Ministério Público. O próximo passo é a abertura de inquérito policial.
Entre as  marcas que apresentaram irregularidades estão a Astorga, Carrefour, Almeirim, Conde de Torres, entre outras. E entre as marcas que passaram nos testes, encontram-se Andorinha, Aro, Apolo, Borges, Belo Porto, Carrefour Discount e outras.
O azeite de oliva virgem pode ser classificado em três tipos: o extra virgem (acidez menor que 0,8%), virgem (acidez entre 0,8% e 2%), lampante (acidez maior que 2%). Os dois primeiros podem ser consumidos in natura, mantendo todos os aspectos benéficos ao organismo. O terceiro, tipo lampante, deve ser refinado para ser consumido, quando passa a ser classificado como azeite de oliva refinado. A análise é complexa, exige treinamento e equipamentos sofisticados. As análises também apontaram azeites desclassificados (que podem não ser considerados como azeite) e fora de tipo (não tem boa qualidade).
Os estados onde foram registradas mais irregularidades foram São Paulo, Paraná, Santa Catarina e o Distrito Federal, onde se concentram o maior número de empresas que envazam o produto. Os envazadores, que importam a granel, principalmente da Argentina, foram os que apresentaram maiores irregularidades.
Segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, os resultados obtidos com a fiscalização do azeite de oliva demonstram a eficiência das ações de fiscalização, evitando que esses produtos cheguem à mesa do consumidor”. As análises são realizadas pelos Laboratórios Nacionais Agropecuários (LANAGRO) do Rio Grande do Sul e de Goiás.
O Mapa intensificou a fiscalização de azeite de oliva, desde a semana passada, coletando amostras direcionadas, junto às empresas que apresentaram irregularidades nos últimos dois anos. Os resultados de 2017 serão divulgados posteriormente. Apenas na primeira semana de abril de 2017, foram recolhidos 243 mil litros do produto com suspeita de fraude.
O Brasil é o terceiro maior importador de azeite de oliva do mundo, segundo dados do Comitê Oleícola Internacional (COI). Em 2016, importamos cerca de 50 milhões de toneladas do produto.
Dicas 
Para o consumidor evitar ser enganado, a primeira coisa na qual deve prestar atenção é o preço: desconfie se estiver muito abaixo do padrão. Verificar no rótulo o local em que foi envazado, se no país de origem, por exemplo, pode dificultar fraude, como misturas. Além disso, especificações como o termo tempero em letras miúdas e, em destaque, azeite de oliva. Não se trata de azeite adicionado de especiarias, mas de tempero vendido como azeite de oliva. Qualquer adição ou mistura com outros óleos vegetais requer que o produto seja rotulado como “Óleo misto ou composto”, devendo o consumidor ser obrigatoriamente informado sobre os percentuais que compõem a mistura. Também é importante estar atento à data de validade e aos ingredientes contidos.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Ministério da Agricultura detectou irregularidades em 45 marcas que atuam no mercado nacional.

Mais de um terço do azeite consumido no Brasil pode estar fraudado, mostra análise do Mapa 

Ministério da Agricultura detectou irregularidades em 45 marcas que atuam no mercado nacional 
Canal Rural - Leia mais no link http://www.canalrural.com.br/noticias/noticias/mais-terco-azeite-consumido-brasil-pode-estar-fraudado-mostra-analise-mapa-66974 

terça-feira, 28 de março de 2017

produtores brasileiros investem na plantação de oliveiras

http://noticias.r7.com/jornal-da-record/videos/-serie-jr-produtores-brasileiros-investem-na-plantacao-de-oliveiras-27032017

O azeite de oliva é conhecido como um ótimo aliado contra o colesterol ruim e um grande amigo do bom funcionamento do coração. A produção em solo brasileiro ainda é pequena, mas já tem produtores investindo na plantação de oliveiras. Tem gaúchos, mineiros e, agora, paulistas que aproveitam a região da Serra da Mantiqueira. A oliveira foi se adaptando ao clima tropical e os cultivadores aprenderam a manejá-la.

OLIQ no Jornal da Record.
Uma correção à matéria: a classificação do azeite, de acordo com índice de acidez, segundo a legislação brasileira é a seguinte: igual ou menor que 0,8% - extravirgem; acima de 0,8% até 2% virgem; acima de 2%: impróprio para consumo ou lampante