segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Olivicultores e especialistas discutem o aperfeiçoamento da cultura

(Belo Horizonte – 13/11/2015) Pesquisadores, técnicos e produtores vão debater o cultivo da oliveira e a interferência de fatores climáticos e agronômicos na cultura, em Maria da Fé, no dia 20 de novembro. Promovida pela Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), a Mesa Redonda: Olivicultura e Produtividade acontecerá, a partir de 8h30, no Campo Experimental da EPAMIG.
A programação será dividida em três linhas temáticas que abordarão assuntos como estimativas de produtividade; sustentabilidade na produção; pragas e doenças que podem afetar a qualidade; nutrição; solo; clima; e recomendações para a poda. Participarão do debate, especialistas da EPAMIG, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), além de consultores.
O objetivo é que os participantes troquem experiências e proponham alternativas para aperfeiçoar as práticas e o manejo da cultura. “Escolhemos temas de grande relevância para a olivicultura e profissionais com conhecimento nessas áreas. Ao final de cada mesa pretendemos traçar estratégias que ajudem a consolidar a atividade”, explica o pesquisador da EPAMIG, Luiz Fernando de Oliveira.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local do evento. Mais informações pelo telefone (35) 3662-1227.

Mesa Redonda: Olivicultura e Produtividade
Data: 20 de novembro (sexta-feira)
Local: Campo Experimental da EPAMIG em Maria da Fé – Rua Washington Alvarenga Viglioni, s/n – Vargedo
Horário: a partir das 8h30
Informações: (35) 3662-1227
Inscrições gratuitas

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Clima da Serra da Mantiqueira é perfeito para o cultivo de orgânicos

Combinação altitude e latitude é o diferencial da Mantiqueira.
Café é um dos produtos mais importantes para a economia da região.

Na última reportagem da série da Mantiqueira, o Globo Rural apresenta algumas delícias cultivadas pelos agricultores da serra. Os repórteres Ivaci Matias e Emílio Mansur visitaram fazendas de café, de hortaliças orgânicas, trutas, uva e vinho, azeitonas e azeite de oliva e entenderam porque a Mantiqueira é importante para a qualidade desses produtos.
Com 2.791 metros de altitude, o Pico das Agulhas Negras, na divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro, é uma das regiões mais frias da Serra da Mantiqueira. A temperatura média anual é de 11ºC.
As águas frias que nascem no Parque Nacional de Itatiaia, a 2.300 metros de altitude, são aproveitadas para a criação de trutas, uma atividade tradicional da Serra da Mantiqueira. Em Bocaina de Minas, a especialidade do criatório é a truta cor de rosa.
Parte da criação recebe um pigmento misturado na ração para salmonar a truta - isto é deixar sua carne cor de rosa, imitando o salmão. “A truta é um salmonídeo, da família do salmão. Então eles absorvem esse pigmento da mesma maneira”, explica o criador de trutas Raimundo Alves.
Por fora a truta cor de rosa é igualzinha a outra. A diferença só aparece quando abre o peixe. Nos finais de semana, o criatório recebe muitos turistas. O local também tem um pesque-pague. Depois da pescaria, o pessoal limpa o peixe e prepara os filés para os fregueses. Quem quiser pode provar os pratos da cozinha da fazenda. Tem até sashimi e truta ao molho de alcaparras.
Alcaparras da Mantiqueira... Essa raridade é cultivada por Sérgio Di Petta em Brazópolis, na Matinqueira de Minas. A alcaparra é uma planta do Mediterrâneo, usada normalmente como tempero. Na fazenda tem planta de todos os estágios, menos alcaparras em flor. A explicação para a ausência delas está no livro que Sérgio publicou sobre o assunto. Com alcaparras fresquinhas, Carla prepara receitas italianas da Toscana. Todas elas já passaram pela avaliação rigorosa de Sérgio.
A Mantiqueira também tem oliveiras. Essa cultura foi introduzida em 1937, graças ao pai do agricultor Jorge dos Santos que saiu de Portugal para viver na Mantiqueira. Jorge tinha oito anos e, durante a viagem de navio, ficou encarregado de vigiar as mudinhas, que vieram escondidas em uma mala. Boa parte das plantas cultivadas hoje na região são filhas das mudinhas que Jorge trouxe há 78 anos.
Hoje a região produz cerca de dez mil litros de azeite por ano e tem muito espaço para crescer, pois o Brasil importa mais de 70 mil toneladas por ano. O engenheiro agrônomo Rodrigo Veraldi, de São Bento do Sapucaí, na Mantiqueira paulista, já escolheu a variedade ideal para o clima e a altitude da região dele: é a Maria da Fé, a mesma que Jorge trouxe escondida na mala.
“Ela produz uma média de muito elevada de frutos por pé, ela nos dá um rendimento satisfatório de azeite e tem dupla aptidão, porque as olivas também são muito saborosas para a mesa”, explica. Há dez anos, Rodrigo se tornou também produtor de uvas e vinhos.
Os agricultores Marinaldo e Silmara Pegoraro moravam e trabalhavam em Curitiba, no Paraná. Hoje, são produtores de verduras e frutas orgânicas, em consórcio com sete hectares de oliveiras. “A aceitação é fenomenal, há um enorme espaço para que mais produtores venham se somar nisso”, diz Marinaldo.