quarta-feira, 14 de maio de 2014

* Pesquisa mostra que azeite extravirgem nacional tem características similares aos importados


Estudos desenvolvidos na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp e pelo Departamento de Química Analítica da Universidad de Granada, na Espanha, mostram que o azeite de oliva extravirgem brasileiro, produzido ainda de forma restrita, exibe características similares aos produtos importados. Recomendado pelos benefícios que traz à saúde, o consumo do azeite extravirgem vem aumentando no Brasil, embora os custos de importação restrinjam a sua utilização.
O azeite de oliva extravirgem é altamente recomendado por seus benefícios à saúde humana. Pesquisas na área médica atribuem a ele importante papel na prevenção de doenças cardíacas e alguns tipos de câncer. Entre os principais responsáveis por estes efeitos destacam-se o elevado teor de ácido oleico, que diminui o colesterol “ruim”, e a presença de compostos antioxidantes, que agem como sequestradores de radicais livres.
O químico industrial de alimentos Cristiano Augusto Ballus, que realizou a pesquisa no Brasil, começou o estudo com azeites de oliva importados e encontrados nos supermercados, com o objetivo de caracterizar tanto qualitativamente como quantitativamente os antioxidantes neles presentes.
Durante a realização desta primeira fase do trabalho, Cristiano se deu conta de que no Brasil estava-se tentando produzir azeite de oliva extravirgem, o que o interessou muito diante da possibilidade de se chegar a um produto nacional de menor custo e acessível a um mercado consumidor maior. Embora ainda não comercializados em escala, estes azeites produzidos no Brasil começaram a aparecer em alguns pontos de venda de Minas Gerasis e Rio Grande do Sul.
Cristiano considera que a produção experimental de azeite de oliva extravirgem no Brasil vem apresentando resultados promissores, de maneira a viabilizar uma futura produção em escala industrial.
– É de fundamental importância caracterizar a composição química destes azeites de oliva nacionais, pois suas qualidades estão diretamente atreladas às diversas classes de componentes químicos que os devem constituir. Isto me levou a esta pesquisa – diz Cristiano.
Ao repetir com os azeites nacionais as análises feitas nos importados, o pesquisador constatou que os teores desses compostos são muito similares aos encontrados em azeites de oliva dos países da Europa e Argentina, também uma grande produtora de azeite de oliva.
– A análise de compostos presentes nos azeites de oliva extravirgem produzidos no Brasil será de fundamental importância na determinação de suas qualidades, permitindo aquilatar se os produtos obedecem às diretrizes nacionais e internacionais – aponta o pesquisador.
De acordo com Cristiano, a pesquisa permite, ainda, diferenciá-los dos azeites de oliva provenientes de outros países e leva à construção de uma identidade para os azeites de oliva produzidos nos diferentes Estados brasileiros. Possibilita ainda avaliar de que forma a localização geográfica, as características climáticas, as condições de solos e outros fatores alteram sua composição.
Para o pesquisador, o próximo passo será determinar se as características sensórias dos azeites de oliva brasileiros que se revelarem promissores são adequadas à sua comercialização.

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