A Gallo Worldwide, dona do azeite Gallo, marca detida pela Unilever (55%) e pela Jerónimo Martins (45%), fechou o ano de 2013 com um volume de vendas de 150 milhões de euros, mais 20% que no ano anterior. Desse valor, cerca de 75% foi vendido fora da Europa, sendo o mercado brasileiro “o mais importante com uma quota de cerca de 32%, em Angola estamos nos cinco primeiros”, garante o presidente executivo da empresa, Pedro Cruz, acrescentando que em “2014 teremos sempre de crescer acima dos dois dígitos”.
“Desde 2008, a Gallo é a terceira maior marca do mundo, em termos de vendas de azeite. Nas vinte primeiras continua a haver apenas uma marca portuguesa, a Gallo. A primeira é a italiana, Bertolli, e a segunda a espanhola Carbonell. Não vemos razão para que uma marca portuguesa não seja a primeira”, afirmou o presidente executivo da Gallo Worldwide, durante uma visita guiada à fábrica Victor Guedes, em Abrantes, onde todo o azeite da marca é embalado.
A empresa, com escritórios em Xangai, São Paulo e Lisboa e uma única unidade de embalamento, a fábrica Victor Guedes, – a Gallo não produz azeite, compra-o a produtores nacionais e estrangeiros – está presente em 47 países. “Não podemos estar em todo o lado. Mas, também não estamos a pensar sair de nenhum dos mercados onde estamos”, refere Pedro Cruz.
Nos últimos cinco anos, as vendas da empresa cresceram “mais no Brasil, tivemos um crescimento muito forte em África e também em algumas partes da Ásia”, salienta Pedro Cruz. O mercado chinês está entre os dez maiores destinos de vendas da Gallo e a quota de mercado em Angola situa-se entre os 15% e 18%. “Em valor, somos líderes e em volume o primeiro ou segundo, no mercado angolano”, garante Pedro Cruz.
Azeite passa ao lado da crise
Segundo o presidente executivo da Gallo, o mercado em Portugal “está estável, o consumidor tem o azeite muito enraizado na sua cultura. Neste período de crise, as pessoas mantiveram o seu consumo de azeite, apesar de poderem ter comprado azeites mais baratos”.
No entanto, o tamanho das unidades vendidas varia de mercado para mercado. Nos mercados “nativos de azeite os formatos maios vendidos são os 0,75 centilitros a um litro, enquanto no Brasil lideram as embalagens de 0,20 a 0,50 centilitros”, explica Pedro Cruz. E adianta: “existem, no entanto, mercados onde o consumo per capita é baixo e os nossos concorrentes só vendem embalagens de litro, nomeadamente os asiáticos”. No estrangeiro é ainda muito comum ver-se as tradicionais latas de azeite Gallo, por “uma questão de tradição, mas também pelas condições logísticas que permitem”, frisa o presidente executivo da Gallo.
Quanto aos fornecedores, da Gallo, as embalagens são “fundamentalmente provenientes de Portugal, o único material que não conseguimos comprar cá são as capsulas”. E o azeite, nem todo é português. “O azeite, a nós importa-nos mais com a sua qualidade, do que pela sua origem”, explica aquele responsável. No entanto, a Gallo embala azeites com proveniência exclusivamente de Portugal.
Por sua vez, quanto à possibilidade de a fábrica Victor Guedes aumentar a capacidade de engarrafamento, o director fabril, Luís Simões, diz que o último investimento na linha foi de 12 milhões de euros, o qual terminou em 2012. “Quando a capacidade se esgotar faremos novo investimento. Tudo depende do crescimento das vendas”, afirma Luís Simões.
Curiosamente, os accionistas, detentores dos supermercados Pingo Doce, não são uma vantagem como canal de distribuição. Segundo Pedro Cruz, em declarações ao OJE, “colocar o nosso azeite nas prateleiras do Pingo Doce é mais difícil do que em muitas outras grandes superfícies. São accionistas, mas nós somos totalmente autónomos. Nem as tecnologias de informação partilhamos”
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