segunda-feira, 26 de maio de 2014

Gallo Worldwide ambiciona liderança mundial

A Gallo Worldwide, dona do azeite Gallo, marca detida pela Unilever (55%) e pela Jerónimo Martins (45%), fechou o ano de 2013 com um volume de vendas de 150 milhões de euros, mais 20% que no ano anterior. Desse valor, cerca de 75% foi vendido fora da Europa, sendo o mercado brasileiro “o mais importante com uma quota de cerca de 32%, em Angola estamos nos cinco primeiros”, garante o presidente executivo da empresa, Pedro Cruz, acrescentando que em “2014 teremos sempre de crescer acima dos dois dígitos”.
“Desde 2008, a Gallo é a terceira maior marca do mundo, em termos de vendas de azeite. Nas vinte primeiras continua a haver apenas uma marca portuguesa, a Gallo. A primeira é a italiana, Bertolli, e a segunda a espanhola Carbonell. Não vemos razão para que uma marca portuguesa não seja a primeira”, afirmou o presidente executivo da Gallo Worldwide, durante uma visita guiada à fábrica Victor Guedes, em Abrantes, onde todo o azeite da marca é embalado.
A empresa, com escritórios em Xangai, São Paulo e Lisboa e uma única unidade de embalamento, a fábrica Victor Guedes, – a Gallo não produz azeite, compra-o a produtores nacionais e estrangeiros – está presente em 47 países. “Não podemos estar em todo o lado. Mas, também não estamos a pensar sair de nenhum dos mercados onde estamos”, refere Pedro Cruz.
Nos últimos cinco anos, as vendas da empresa cresceram “mais no Brasil, tivemos um crescimento muito forte em África e também em algumas partes da Ásia”, salienta Pedro Cruz. O mercado chinês está entre os dez maiores destinos de vendas da Gallo e a quota de mercado em Angola situa-se entre os 15% e 18%. “Em valor, somos líderes e em volume o primeiro ou segundo, no mercado angolano”, garante Pedro Cruz.
 
Azeite passa ao lado da crise
Segundo o presidente executivo da Gallo, o mercado em Portugal “está estável, o consumidor tem o azeite muito enraizado na sua cultura. Neste período de crise, as pessoas mantiveram o seu consumo de azeite, apesar de poderem ter comprado azeites mais baratos”.
No entanto, o tamanho das unidades vendidas varia de mercado para mercado. Nos mercados “nativos de azeite os formatos maios vendidos são os 0,75 centilitros a um litro, enquanto no Brasil lideram as embalagens de 0,20 a 0,50 centilitros”, explica Pedro Cruz. E adianta: “existem, no entanto, mercados onde o consumo per capita é baixo e os nossos concorrentes só vendem embalagens de litro, nomeadamente os asiáticos”. No estrangeiro é ainda muito comum ver-se as tradicionais latas de azeite Gallo, por “uma questão de tradição, mas também pelas condições logísticas que permitem”, frisa o presidente executivo da Gallo.
Quanto aos fornecedores, da Gallo, as embalagens são “fundamentalmente provenientes de Portugal, o único material que não conseguimos comprar cá são as capsulas”. E o azeite, nem todo é português. “O azeite, a nós importa-nos mais com a sua qualidade, do que pela sua origem”, explica aquele responsável. No entanto, a Gallo embala azeites com proveniência exclusivamente de Portugal.
Por sua vez, quanto à possibilidade de a fábrica Victor Guedes aumentar a capacidade de engarrafamento, o director fabril, Luís Simões, diz que o último investimento na linha foi de 12 milhões de euros, o qual terminou em 2012. “Quando a capacidade se esgotar faremos novo investimento. Tudo depende do crescimento das vendas”, afirma Luís Simões.
Curiosamente, os accionistas, detentores dos supermercados Pingo Doce, não são uma vantagem como canal de distribuição. Segundo Pedro Cruz, em declarações ao OJE, “colocar o nosso azeite nas prateleiras do Pingo Doce é mais difícil do que em muitas outras grandes superfícies. São accionistas, mas nós somos totalmente autónomos. Nem as tecnologias de informação partilhamos”

Missão italiana trata sobre produção de azeite de oliva na região

A comitiva vem à região para acompanhar a implantação de novos pomares de oliveiras nos municípios integrantes do projeto Olivais do Pampa. Esta é a terceira vez que os italianos vêm a Bagé.
Na manhã de ontem, o prefeito Luís Eduardo Dudu Colombo dos Santos recebeu a equipe. "Este é um programa que contribuirá com o desenvolvimento da nossa região. Estamos nos apropriando deste tema e trabalhando integrados com o governo do Estado, pois existe a necessidade de diversificar a matriz produtiva. Além disso, já temos empreendedores apostando na olivicultura", afirmou.
Esta visita visa à troca de informações para iniciar a produção de azeite de alta qualidade utilizando as variedades de azeitona frantoio, coratina e leccino. "Já temos 25 hectares de oliveiras plantadas em Bagé. A cada ano este número se expande cada vez mais. Neste ano, devem ser aumentados 30 hectares na cidade e 150 na região", destacou.
Conforme o secretário municipal do Desenvolvimento Rural, Emerson Menezes, o governo está trabalhando para instalar uma agroindústria voltada para o beneficiamento da produção dos olivais. "É uma atividade rentável e que vem para se somar a agricultura e a pecuária. Esta é a parte final do programa", completou.
A missão técnica iniciou com a palestra sobre os aspectos técnicos na implantação de Olivais, onde a italiana Daniela Farinelli da Universidade de Perugia justificou a escolha de certas áreas e tipos de oliveiras que se adaptariam melhor nas localidades. Ela também lembrou o início da missão que iniciou em 2011 para ver se a região tinha condições de receber os olivais. "Desta vez, estamos aqui para ajudar na implantação em diferentes locais da região que tem um potencial muito grande para desenvolver esta cultura", salientou.
 
Primeira unidade em Bagé
 
A primeira localidade a ser implantada a unidade do Programa Brasil Próximo desta etapa em Bagé, foi a Vista Alegre na propriedade do produtor rural Roberto Brendler, no final da manhã de ontem. "Aderi o programa porque decidi diversificar a matriz produtiva, pois já tenho uma plantação de oliveiras, e também cultivo outras culturas, bem como, a pecuária. Quero aumentar a minha renda e com a assessoria de técnicos do programa tenho certeza que esta atividade na minha propriedade irá avançar. Eles vão contribuir com a transferência de tecnologias", destacou Brendler.

Azeite português recebe 19 medalhas de ouro e 6 de prata em concurso internacional

O concurso Olive Japan International Extra Virgin Olive Oil Competition, distinguiu 16 marcas portuguesas de azeite com medalhas de ouro e 6 com medalhas de prata. Os 14 melhores azeites do mundo distinguidos nesta competição pertencem à Austrália, Itália e Espanha.
A marca portuguesa Gallo recebeu um total de 4 medalhas, 3 de ouro e uma de prata. As medalhas de ouro, segundo um comunicado da Azeite Gallo, foram atribuídas aos azeites:
"Gallo Azeite Novo 2013/14", "Gallo Colheita ao Luar" e "Gallo Reserva". A de prata foi para o "Gallo Grande Escolha".
Para a a empresa esta distinção "revela mais uma vez o reconhecimento da qualidade e do expertise da marca Gallo na produção de azeites de complexidade e qualidade distinta. Isto depois de terem sido reconhecidos no New York International Olive Oil Competition e no Concurso Mário Solinas".

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Oliveira da Serra Lança Azeite para fritar

A Oliveira da Serra lança hoje uma nova campanha para promover o Oliveira da Serra Azeite Fritar, o novo produto da marca.
Da autoria da McCann, a nova campanha da Oliveira da Serra tem como assinatura “Torna o simples em especial”. A marca pretende levar os portugueses a experimentarem este novo produto, criado para reforçar o sabor original dos alimentos quando fritos, conferindo-lhes um toque a azeite.
«Inovar faz parte do ADN da marca e por isso não podíamos ficar parados. Este novo Oliveira da Serra para Fritar, o primeiro azeite no mercado português especialmente desenvolvido para fritar, reforça a liderança em inovação da marca, que é também líder de mercado em Portugal», refere em nota de imprensa Isabel Roseiro, strategic marketing manager da Oliveira da Serra.
A nova campanha está disponível nos canais generalistas de televisão e cabo, internet, exterior e em ponto de venda.

Cultivo de oliveiras ganha força nas lavouras do Rio Grande do Sul

Cerca de 75 produtores estão cultivando oliveiras no Rio Grande do Sul. A estimativa de colheita já chega a 350 toneladas de azeitona e de uma produção de aproximadamente 45 mil litros de azeite de oliva. Segundo a Emater, em 2005 apenas três produtores investiam na plantação no estado, em um total de 10 hectares cultivados. Atualmente são 1,2 mil hectares.
Em Pinheiro Machado, na Região da Campanha, está localizada uma das maiores propriedades com produção de oliva no Rio Grande do Sul. São 42 mil pés plantados em 120 hectares. A expectativa do produtor e empresário Luiz Eduardo Batalha é colher pelo menos 80 mil quilos da fruta. Na propriedade, 70% da produção é destinada a fabricação de azeite de oliva. O restante será de azeitona de mesa.
No local também funciona uma indústria de preparo de azeite. As frutas são colocadas em aparelhos específicos, lavadas e têm as folhas retiradas. Depois, as azeitonas são moídas e um outro aparelho extrai o líquido para a separação da água e do azeite. O processo termina com o azeite pronto para consumo e necessita do apoio de apenas um funcionário.
Batalha conta que as plantas estão com uma média de três anos e quatro meses de idade e com uma produção de cerca de 12 quilos por pé. “Nosso projeto é atingir 300 hectares. Não vamos parar até lá”, afirmou.
O cultivo de azeitona pode complementar a renda de pequenos e médios produtores, possibilitando a integração da criação de ovelhas com as plantações de oliveiras na região. Segundo o pesquisador da Embrapa Enilton Coutinho, 80% dos produtores gaúchos de azeitona estão na região Sul e a rentabilidade tem chamado a atenção. “Existe um mercado totalmente aberto para o azeite. O Brasil importa a totalidade desse produto, que faz muito bem pra saúde”, explica. Ele também diz que o produtor pode conseguir uma renda líquida de aproximadamente R$ 20 mil por hectare.

Dois azeites portugueses entre os melhores do mundo

Dois dos melhores azeites do mundo são portugueses. Duas marcas nacionais foram reconhecidas com as mais altas distinções num concurso internacional de azeites, o Prémio Mário Solinas.
Todos os anos realizam-se os prémios de qualidade do Conselho Oleícola Internacional (COI), a mais importante cerimónia deste sector, que distingue azeites de todo o mundo em quatro categorias diferentes: Verde Intenso, Verde Médio, Verde Ligeiro e Maduro.
O azeite da Casa Agrícola Roboredo Madeira e o da Sociedade Agrícola Vale de Ouro, mais conhecido por Azeite Oliveira da Serra, foram os dois azeites portugueses que “brilharam”, saindo distinguidos com a medalha de ouro nas categorias Verde Médio e Verde Ligeiro, respectivamente.
Os outros dois primeiros lugares, o de Verde Intenso e Maduro, foram para azeites espanhóis.
Este ano estiveram a concurso 138 azeites provenientes de diferentes países: Alemanha, Argélia, Israel e Uruguai, todos com um azeite a concurso; o Chile, o Irão e Itália com dois; a Turquia com três; a Grécia e a Tunísia com seis; Portugal com 38 e Espanha com 75.
Portugal foi ainda distinguido com o segundo prémio na categoria de Verde Médio para o azeite Gallo; e com o segundo e terceiro prémio na de Verde Ligeiro com o azeite da Elosua e o da Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, respectivamente.
Os azeites apresentados a concurso foram avaliados por um painel de jurados reconhecido pelo COI, de onde foram seleccionados seis finalistas. Estes foram apresentados a um júri internacional, responsável por encontrar o top 3de cada categoria. Este painel teve em conta uma série de características, tais como as sensações olfactivas e gustativas bem como a harmonia, a complexidade e a persistência do azeite.
A cerimónia de entrega dos Prémios Mário Solinas irá ocorrer no dia 5 de Junho na sede do Conselho Oleícola Internacional, em Madrid, Espanha.

* Pesquisa mostra que azeite extravirgem nacional tem características similares aos importados


Estudos desenvolvidos na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp e pelo Departamento de Química Analítica da Universidad de Granada, na Espanha, mostram que o azeite de oliva extravirgem brasileiro, produzido ainda de forma restrita, exibe características similares aos produtos importados. Recomendado pelos benefícios que traz à saúde, o consumo do azeite extravirgem vem aumentando no Brasil, embora os custos de importação restrinjam a sua utilização.
O azeite de oliva extravirgem é altamente recomendado por seus benefícios à saúde humana. Pesquisas na área médica atribuem a ele importante papel na prevenção de doenças cardíacas e alguns tipos de câncer. Entre os principais responsáveis por estes efeitos destacam-se o elevado teor de ácido oleico, que diminui o colesterol “ruim”, e a presença de compostos antioxidantes, que agem como sequestradores de radicais livres.
O químico industrial de alimentos Cristiano Augusto Ballus, que realizou a pesquisa no Brasil, começou o estudo com azeites de oliva importados e encontrados nos supermercados, com o objetivo de caracterizar tanto qualitativamente como quantitativamente os antioxidantes neles presentes.
Durante a realização desta primeira fase do trabalho, Cristiano se deu conta de que no Brasil estava-se tentando produzir azeite de oliva extravirgem, o que o interessou muito diante da possibilidade de se chegar a um produto nacional de menor custo e acessível a um mercado consumidor maior. Embora ainda não comercializados em escala, estes azeites produzidos no Brasil começaram a aparecer em alguns pontos de venda de Minas Gerasis e Rio Grande do Sul.
Cristiano considera que a produção experimental de azeite de oliva extravirgem no Brasil vem apresentando resultados promissores, de maneira a viabilizar uma futura produção em escala industrial.
– É de fundamental importância caracterizar a composição química destes azeites de oliva nacionais, pois suas qualidades estão diretamente atreladas às diversas classes de componentes químicos que os devem constituir. Isto me levou a esta pesquisa – diz Cristiano.
Ao repetir com os azeites nacionais as análises feitas nos importados, o pesquisador constatou que os teores desses compostos são muito similares aos encontrados em azeites de oliva dos países da Europa e Argentina, também uma grande produtora de azeite de oliva.
– A análise de compostos presentes nos azeites de oliva extravirgem produzidos no Brasil será de fundamental importância na determinação de suas qualidades, permitindo aquilatar se os produtos obedecem às diretrizes nacionais e internacionais – aponta o pesquisador.
De acordo com Cristiano, a pesquisa permite, ainda, diferenciá-los dos azeites de oliva provenientes de outros países e leva à construção de uma identidade para os azeites de oliva produzidos nos diferentes Estados brasileiros. Possibilita ainda avaliar de que forma a localização geográfica, as características climáticas, as condições de solos e outros fatores alteram sua composição.
Para o pesquisador, o próximo passo será determinar se as características sensórias dos azeites de oliva brasileiros que se revelarem promissores são adequadas à sua comercialização.