Pesquisas na cultura da oliveira valorizam a produção de azeite brasileiro
A oliveira é uma planta naturalmente de regiões frias. No Brasil, para atingirmos o frio necessário para que essa árvore floresça e frutifique é preciso de altitude.
A cidade de Maria da Fé (MG) abriga um campo experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está a 1.260 metros de altitude, por exemplo. As pesquisas acontecem lá desde a década de 1950 e produções mais intensas começaram a acontecer a partir de 2008 quando houve a extração do primeiro azeite genuinamente brasileiro.
Apesar das condições favoráveis, a adaptação da planta depende de um intenso trabalho de pesquisa. “Retirar uma cultura, uma planta da sua zona de conforto, digamos, da sua zona de origem e domesticação e trazer ela para uma localidade completamente diferente do que ela está acostumada exige um trabalho de muita pesquisa pra adaptar essa planta a essa nova condição.” explica Luiz Fernando.
No campo experimental são desenvolvidas pesquisas na olivicultura em todos os ramos da atividade, desde a produção de mudas, para fornecer mudas de melhor qualidade e em maior quantidade, até a parte comercial do azeite, buscando estabelecer um preço justo para produtor e para o consumidor. Há também pesquisas em toda a área do campo, em adubagem, plantação, poda, polinização e manejo.
O Brasil possui outros polos de produção em locais como o Rio Grande do Sul e a Serra da Mantiqueira. Apesar da produção de 25 mil litros no ano passado, o consumo de azeite brasileiro corresponde a aproximadamente 0,03% do consumo total de azeite no Brasil. O Brasil não possui áreas extensas que sejam aptas a produção da oliveira. A intenção não é de suprir o mercado interno, mas aumentar a produtividade nas regiões propícias e produzir um azeite de alta qualidade internamente.
O pesquisador explica também a nomenclatura que encontramos nos azeites comprados nos mercados. O azeite que provem totalmente da azeitona é o azeite virgem. Se esse azeite puro apresentar algumas características químicas e sensoriais que conferirem a ele uma qualidade superior, ele é denominado extravirgem. Além disso, todo azeite extravirgem deve ser extraído a frio, ou seja, a temperaturas a baixo de 28ºC, para não perder características benéficas à saúde.
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