segunda-feira, 14 de abril de 2014

Maior produtor de azeite do mundo, Espanha investe nas oliveiras

Brasil é um dos maiores compradores do azeite espanhol.
Produtos são de alta qualidade e têm selo de denominação de origem.
O nome científico Ólea européa faz referência ao óleo extraído de seus frutos e também ao continente onde a oliveira é mais cultivada. A Espanha é o maior produtor mundial do azeite e uma das principais cidades é Monterrubio de la Serena, que fica no sudoeste da Espanhae é cercada por plantações. Fica na comunidade autônoma de Estremadura, que faz fronteira com Portugal.
Os campos de solos pedregosos sustentam oliveiras centenárias, que produzem uma média de 50 quilos de azeitonas por planta.
Duas variedades são dominantes: a picual e a hojiblanca e cada uma produz um tipo de azeite. A produção se assemelha à do vinho, onde cada variedade de uva dá uma bebida com sabor diferente.
Nessa região, as videiras dividem espaço com as oliveiras porque o calor do verão e o frio rigoroso do inverno favorecem o desenvolvimento. Entretanto, o técnico agrícola Antônio Fernandez explica que, na prática, as duas culturas caminham separadas.
Quem produz azeitonas se dedica exclusivamente a essa cultura, como é o caso do senhor Julian Torres, que fica entusiasmado ao falar de suas plantas. Ele cultiva oito hectares, que recebeu de herança dos pais e que, por sua vez, herdaram as terras dos avós.
Julian mostra uma árvore com carga excepcional, que chega a produzir 150 quilos. Os galhos são tão carregados que precisam de estacas de sustentação.
O que mais pesa no custo de produção da oliveira é a irrigação, feita no verão, e a mão de obra com a colheita.
Julian colhe manualmente, no sistema antigo. Ele forra bem o chão da árvore com uma manta e bate na árvore com uma vara, mas reclama que no pico da safra precisa contratar gente para ajudar e a mão de obra é bastante cara.
O vizinho, Rafael Partido, tem 33 hectares. A máquina que ele comprou é acoplada ao trator e tem uma espécie de mão mecânica que segura o tronco da oliveira. Depois surge uma lona, que envolve toda a copa da planta, que então balança com a vibração provocada pela máquina e derruba as azeitonas. Homens fazem um repasse com a vara.
Rafael explica que a máquina faz o serviço de vários homens. “Economiza mão de obra e, além disso, quando termina a colheita, eu posso alugar a colheitadeira para os vizinhos e conseguir uma renda extra”, diz.
Duas cooperativas de produtores de Monterrubio se encarregam de receber as azeitonas e produzir o azeite. Primeiro, os frutos passam por uma limpeza que separa galhos e folhas. Depois, as azeitonas são lavadas e trituradas com caroço e tudo até virar uma massa.
Já dentro de uma centrífuga, acontece a separação da água e do azeite. A cooperativa vende o produto a granel e também envaza o azeite com sua marca própria.
O presidente da cooperativa, Juan Medina, diz que além de processar as azeitonas, a cooperativa fornece aos sócios todos os insumos com preços muito melhores que os do mercado. “Nós produzimos azeites de alta qualidade que recebem selo de denominação de origem. Exportamos para o Japão, Europa, Estados Unidos e para o Brasil, que, aliás, é um dos maiores compradores do azeite espanhol”.
De fato, o Brasil é o quinto maior consumidor de azeitonas e azeite de oliva do mundo. Nós gastamos mais de R$ 250 milhões anuais nas importações desse produto.

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