segunda-feira, 21 de março de 2016

3 passos para levar um bom azeite para casa; especialista dá as dicas

O Brasil é o segundo maior importador de azeites do mundo. Em 2015, foram 72 mil toneladas do produto, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, com 290 mil toneladas compradas do exterior, no mesmo período.
O mercado interno, ainda que incipiente, já desponta com bons pequenos produtores, que têm conseguido conferir qualidade às safras nacionais.
Ou seja: azeite, por aqui, é coisa séria. Arnaldo Comin, especialista em azeites (do empório Rua do Alecrim), fala sobre aspectos decisivos na hora de julgar a qualidade de um bom exemplar: “Bons azeites são frescos, de produtores identificados”.

Diz ainda:”É ilusório achar que azeite abaixo de R$20 tenha boa qualidade”. Mas pondera que, apesar dos preços nas alturas, é possível encontrar um meio-termo em supermercados.

azeite oliva
1) Fique atento ao produtor: procure pelo produtor no rótulo do azeite. Normalmente, encontra-se com facilidade o engarrafador, mas essa informação não é garantia de qualidade. O que acontece, na verdade, é que alguns engarrafadores misturam diversos azeites, de diferentes produtores. Resultado: menor quantidade possível de azeite de melhor qualidade, misturado a azeites mais baratos.
2) A idade do azeite ajuda a definir sua qualidade: quanto mais novo, melhor. Essa, definitivamente, é uma regra a ser seguida. Portanto, antes do prazo de validade, confira a data de produção. Os melhores azeites são os mais frescos, aqueles cuja acidez (oxidação das azeitonas) é mais baixa.azeite100

3) O preço do azeite: não dá para fazer milagres. Especialmente, com azeites importados. Diz Arnaldo: “abaixo de R$20, não é possível levar pra casa nada que valha a pena”. E a dica serve para nacionais e estrangeiros. Azeite de produtor único, com acidez até 0,5%, vai custar mais caro, sim. Mas, para quem gosta de azeite, não há pior sensação do que experimentar azeite insosso, sem identidade. “Azeite é alimento completo, não um complemento”, define Arnaldo.
Afora essas três dicas, vale lembrar do pós-mercado: na hora de guardar, evite a luz, calor e, em relação ao prazo de validade, o azeite costuma estar bom para consumo até dois anos após a fabricação.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Polo Nacional do Azeite



Mantiqueira é pioneira na extração de azeites de qualidade e fabricação de produtos derivados

(Maria da Fé – 17.03.16) Primeira região a produzir azeite extravirgem brasileiro,  os Contrafortes da Mantiqueira, tem conquistado o mercado gourmet com produto fresco e artesanal, agora inova com os derivados da oliva.
Atualmente, são mais de 15 marcas de azeites produzidos com a tecnologia desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), que há mais de 40 anos estuda a olivicultura na região. Em 2015, foram extraídos 25 mil litros de azeites provenientes de uma área de cultivo de cerca de 1.700 hectares. Produtos à base do óleo como cosméticos e doces e de resíduos da extração como sabonetes, adubos e esculturas também ganharam espaço na economia da região.
"Estudos apontam que dependendo do sistema de extração do azeite de oliva, o bagaço da azeitona pode conter cerca de 55% de umidade e ainda 3% de azeite de oliva, portanto, seu reaproveitamento é recomendável especialmente para esgotar o azeite nele contido", explica o pesquisador da EPAMIG Adelson de Oliveira.  
A farmacêutica Vânia Gonçalves criou uma linha de sabonetes hidratantes e esfoliantes fabricados artesanalmente, a partir da reutilização da azeitona processada no Campo Experimental da EPAMIG em Maria da Fé. “Os sabonetes são aromatizados com óleos essenciais e essências naturais. Não contêm conservantes, possuem ação antioxidante e são biodegradáveis", afirma a farmacêutica. Tudo começou quando Vânia desenvolveu as primeiras fórmulas de uma linha que utiliza como princípio ativo o azeite, pertencente hoje à marca de cosméticos Maria Oliva.
Marcelo Bonifácio, empresário do setor agrícola, conta que há um ano iniciou-se nessa atividade, após adquirir a Fazenda Maria da Fé, que já tinha um olival formado. "Desde a compra da fazenda tínhamos planos da extração em nossa propriedade. Vimos que o negócio é viável e, então, decidimos investir na importação da máquina italiana. É um projeto com resultados para os próximos dez anos", conta.
Este ano foi realizada a primeira extração de azeite de oliva no lagar da Fazenda Maria da Fé. O azeite é utilizado também na cura do queijo artesanal fabricado na Fazenda. "Adaptamos à receita desse tradicional produto dos mineiros o nosso azeite que é de baixa acidez", conta Mirta Bonifácio, também proprietária da Fazenda.
Lá, o resíduo gerado na extração do óleo, água  e bagaço da azeitona, é reaproveitado como composto orgânico e utilizado na adubação do próprio olival, além de compor vasos de macro bonsai da oliveira.

Expansão
Há onze anos ocorre tradicional encontro de olivicultores no Campo Experimental da EPAMIG em Maria da Fé, que reúne técnicos e olivicultores para discussão de desafios e perspectivas do setor. Desde a primeira extração do azeite extravirgem nacional, em 2008, o evento atrai também interessados em iniciar-se na atividade que é fomentada pela EPAMIG e Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), que surgiu juntamente com a produção em escala comercial desse produto.
É o caso do engenheiro mecânico Haldane Reis de Castro, que este ano participou pela primeira vez do evento, realizado no dia 11 de março,  com o intuito de conhecer mais sobre a cultura. Ele adquiriu mudas de variedades de oliveiras para teste em sua propriedade em São Tiago. "Um amigo me trouxe de Portugal um  azeite que me remeteu a um sabor de  infância. Fiquei entusiasmado com a ideia de produzir azeite com esse sabor diferenciado" relembra. A propriedade do engenheiro está em altitude superior a 1.000 metros e segundo ele, a região tem temperatura que deve favorecer a frutificação da azeitona. "Se tudo der certo, pretendo desenhar uma máquina extratora", planeja.
No encontro deste ano, o pesquisador Adelson de Oliveira apresentou ainda alternativa aos olivicultores, a extração do óleo de abacate, que pode ser feita no período de entressafra da oliveira. "Temos abacate praticamente o ano todo, pois as variedades mais ricas em azeite têm um período de safra entre os meses de julho e novembro, enquanto que variedades com menos quantidade na polpa úmida, em média 9%, têm um período de safra entre os meses de janeiro e junho", considera.  

Mercado gourmet
Os azeites produzidos nos Contrafortes da Mantiqueira, que engloba municípios dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, conquistaram o gosto de chefs e apreciadores. Hoje é possível encontrar diversas marcas desses produtos em restaurantes e empórios de São Paulo e Belo Horizonte e nos principais municípios produtores.

Fotos:
3057 - Queijo artesanal curado com azeite extravirgem produzido na Mantiqueira / Foto: Samantha Mapa / EPAMIG
7624 - Pesquisas pioneiras em olivicultura no Brasil são realizadas no Campo Experimental em Maria da Fé  / Foto: Erasmo Reis / EPAMIG
2892 -  Linha artesanal dExibindo 2892- sabonete artesanal com resíduo da extração de azeite de oliva feita em Maria da Fé - Foto Samantha Mapa- EPAMIG.JPGe sabonetes com pasta de azeitona residuária da extração de azeite / Foto: Samantha Mapa / EPAMIG

 ASCOM EPAMIG
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Exibindo 2892- sabonete artesanal com resíduo da extração de azeite de oliva feita em Maria da Fé - Foto Samantha Mapa- EPAMIG.JPG