sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Oitavas maravilhas do mundo

Fazenda da Epamig em Maria da Fé é referência no Brasil no cultivo e estudo das oliveiras

Texto: Ana Elizabeth Diniz | Fotos: Bernardo Salce/Agência i7


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O clima frio e a pouca umidade são condições essenciais para a olivicultura que encontrou em Maria da Fé um ambiente adequado. Até se tornar referência no Brasil em olivicultura, a fazenda da Epamig Sul de Minas, passou por várias etapas. Em 1955, o engenheiro Washington Alvarenga Viglioni, então gerente da fazenda, que pertencia ao Ministério da Agricultura, percebeu que as oliveiras vindas da Europa e plantadas em praças do município e na fazenda Pomária estavam produzindo e iniciou as pesquisas com as oliveiras, que chegaram à cidade há mais ou menos 40 anos. 
 
A extração do primeiro azeite extra virgem brasileiro aconteceu em 2008, quando foi criado o Núcleo Tecnológico Azeitona e Azeite. Em 2009, com a aquisição de um extrator de azeite, a fazenda passou a oferecer aos olivicultores da região, além de mudar certificadas e tecnologia para o cultivo de oliveiras, estrutura para o processamento do óleo. No ano passado, foi iniciado o processo de registro de indicação geográfica e denominação de origem do azeite extra virgem produzido nos contrafortes da serra da Mantiqueira. 
 
No Brasil não há pomar comercial acima de dez anos, mas na Europa, os pés de 1000 anos continuam produzindo. O país consome 50 milhões de litros de azeite por ano, enquanto que a Mantiqueira produz 4 mil litros. “A fazenda de Maria da Fé é pioneira em pesquisas sobre a oliveira, especialmente na seleção de variedades mais adequadas às condições brasileiras e na produção de mudas de qualidade. Trabalhamos com fitotecnia, manejo e tratos culturais, melhoramento genético, obtenção de mudas de qualidade, genética e biologia molecular, além de produzirmos azeite extra virgem da melhor qualidade”, explica o gerente Alessandro Gonçalves Vicente. 
 
A fazenda possui uma área de 109 ha, sendo 33 ha dedicados à pesquisa e 20 ha ao cultivo de 15 mil pés de oliveiras oriundas de uma variedade portuguesa conhecida por galega. A olivicultura é responsável por 90% da receita da fazenda (as frutas representam 10%). Os pés mais antigos têm 20 anos e não produzem azeitonas, mas matrizes para pomares comerciais. Os pés com cinco, seis anos, produzem 6 tl de azeitona por ano, lembrando que a oliveira produz uma única vez ao ano. Estima-se que a produção desse ano deve ter um aumento de 100%.
 
“Logo que é colhida, a azeitona é processada para evitar a oxidação e perda de qualidade e propriedades. De outra forma, ela não produziria um bom azeite extra virgem. Nossa pesquisa é focada no azeite. No mundo já foram catalogadas mais de 600 variedades de oliveiras, e, na fazenda de Maria da Fé, estão 60 delas, sendo que 30 já produziram”, diz Alessandro enquanto mostra o pomar plantado voltado para a face norte, com sol durante todo o dia.  
 
Hoje existem mais de cem produtores em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo e no contraforte da Mantiqueira, há produtores, além de Maria de Fé, em Delfim Moreira, Aiuruoca, Consolação, Brasópolis, Poços de Caldas, Monte Verde, Extrema e Campestre. 
 
O viveiro da fazenda produz anualmente 35 mil mudas de oliveiras que são vendidas para os produtores rurais de Minas e alguns estados brasileiros. As mudas são feitas por estaca enraizada de 15 cm. É feito um corte na gema da planta, que é plantada na areia. Daí ela recebe um tratamento com ácido para acelerar o enraizamento. Fica durante 40 dias dentro de um tubo e depois é levada para outra estufa por mais 40 dias. Após esse período a planta é transportada para um saco plástico e fica debaixo de um sombrite até atingir entre 60 e 80 cm, quando vai para o solo. O banco de germoplasma produz matrizes para propagação e realiza pesquisa científica sobre controle de praga, ponto de maturação da azeitona, a fim de aumentar o rendimento da extração do óleo.  
 
Luiz Fernando de Oliveira da Silva, pesquisador de olivicultura e fruticultura de clima temperado, relembra que a primeira extração em caráter comercial e artesanal aconteceu em 2011, com 500 litros de azeite. Em 2012 foram produzidos 3.200 litros de azeite e este ano (safra já foi colhida) foram 4 mil litros. A estimativa para 2014 é de 15 mil litros. 
 
Emerson Dias Gonçalves, pesquisador de fruticultura de clima temperado e pós-colheita de frutas comenta que a fruticultura ocupa hoje uma área plantada de 25 ha de maça, pêssego, mirtilo, amora preta, framboesa, caqui, ameixa, atemoia, marmelo, castanha portuguesa, figo, uva Niágara branca e rosada. 
 
“Fazemos pesquisa de adaptação de variedades, manejo cultural, ensaio de competição de variedade, ponto de colheita para o processamento, época que vão florir, frutificar e analisamos qual variedade produz mais, qual produz frutas mais doces, mais ácidas. Pesquisamos o aspecto das frutas, a fim de que se tornem mais atrativas para o consumidor, que durem mais na feira, enfim, prestamos suporte para o produtor rural.  A Epamig produz as oitavas maravilhas do mundo: azeite, vinho, queijo e café”, finaliza. 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Azeites sul-americanos começam a ganhar força no mercado brasileiro

Há novos integrantes nas prateleiras dos azeites extravirgens. Espanhóis, portugueses, gregos e outros produtos de países ao redor do Mediterrâneo já não são os únicos donos do pedaço.
Desde o ano passado, uma série de rótulos premium de pequenos produtores, importados do Chile e da Argentina, foram conquistando aos poucos seu espaço no mercado paulistano.
Agora é a vez dos uruguaios. Em julho, a linha Colinas de Garzón foi incorporada ao catálogo da importadora World Wine. E o premiado uruguaio o'33 Jose Ignacio, da região de Maldonado, deve ser o próximo: os produtores dizem estar prestes a assinar contrato com um distribuidor local.
O Brasil vem na carona. Primeiro azeite nacional em escala comercial, o Olivas do Sul, de Cachoeira do Sul, já está à venda na rede Pão de Açúcar Ða safra 2012 recebeu nota 80/100 no guia italiano Flos Oil 2013, do crítico Marco Oreggia, referência no mundo dos azeites.
Todos os sul-americanos têm um ponto em comum. São fruto de uma importante mudança que vem acontecendo no mapa da produção de azeites nos últimos dez anos, bem-vindo efeito colateral proporcionado pelo amadurecimento da vitivinicultura latina Ðas técnicas de manejo agrícola desenvolvidas pelo setor do vinho serviram como uma luva à olivocultura.
"Temos um terroir fabuloso e sem a brutalidade da neve. Oliveiras de genética europeia estão se desenvolvendo surpreendentemente", diz o empresário Luiz Eduardo Batalha (ex-Burger King), que prevê lançar seus azeites no ano que vem.
Batalha adquiriu uma propriedade de 120 hectares em Pinheiro Machado, no Rio Grande do Sul, e já tem 42 mil pés plantados com oliveiras das espécies arbequina, arbosana, frantoio, coratina, manzanilla e picual. O investimento, incluindo a compra de uma máquina extratora italiana, foi de R$ 3,5 milhões. "As 70 mil toneladas de azeites que o brasileiro consome por ano são importadas, há muito mercado. Acho que muita gente virá atrás de mim", ele aposta.
O clima da região mediterrânea está por trás da primazia da Europa na fabricação de azeites -com verões quentes, pouca chuva e ao menos 500 horas de frio intenso por ano, o continente responde por 73% da produção mundial.
Tais condições climáticas se repetem, em parte, nos terrenos ao sul do Brasil, Uruguai, Chile e Argentina. "Há microrregiões, como Maldonado, no Uruguai, que são consideradas as 'Toscanas sul-americanas'", afirma o consultor Paulo Freitas, degustador formado pela italiana Organizzazione Nazionale Assaggiatori Olio di Oliva e autor do blog Azeite Online (azeiteonline.com.br).
Fica em Maldonado a propriedade de 550 hectares que produz os 180 mil litros anuais do azeite Colinas de Garzón. As garrafas de 500 ml exibem no rótulo a espécie da azeitona usada como matéria-prima -um hábito que o brasileiro desconhece.
"Os consumidores daqui ainda escolhem o azeite só pelo país produtor. Esse amadurecimento deve vir com o tempo, como aconteceu com os vinhos", diz o consultor
Outra característica que chama a atenção nos produtos sul-americanos é a intensidade de aromas frutados, com notas amargas e picantes (leia mais abaixo).
Tais traços são obtidos apenas quando o produtor consegue colher os frutos e extrair o azeite em menos de 24 horas, e se tornam ainda mais perceptíveis se o produto final chega rapidamente à mesa do consumidor -vantagem que os nossos países vizinhos terão em relação aos europeus.
"Muitas marcas tradicionais da Europa, principalmente de grandes fabricantes, só chegam ao Brasil na safra seguinte, o que não é desejável no mercado de azeites", afirma Freitas.
Entre os olivocultores de butique que estão se destacando na América do Sul, os manuais de boas práticas são seguidos à risca.
Na sofisticada propriedade do casal Natalia Welker e Marcelo Conserva, em Maldonado, Uruguai, os rótulos do azeite o'33 Jose Ignacio são extraídas em um lagar contemporâneo projetado pelo arquiteto Marcelo Daglio, no máximo oito horas após a colheita. A produção atual, de 20 mil litros anuais, deve chegar a 180 mil litros até 2016.
MERCADO FUTURO
O número crescente de iniciantes apostando no ramo de azeites faz proliferar, no sul do Brasil, um outro tipo de produtor: o fornecedor de mudas de oliveiras.
O engenheiro agrônomo Fernando Rotondo, peruano naturalizado brasileiro, tem no catálogo 11 espécies, entre elas a espanhola arbequina e a grega koroneiki -foi de seu viveiro que saíram as mudas plantadas nas terras de Luiz Eduardo Batalha.
A Olivas do Sul também dedica parte de seu terreno, de 25 hectares, à produção de mudas para terceiros.
O sócio Daniel Aued estima que suas plantinhas já estejam cobrindo ao menos 500 hectares de clientes, só no Rio Grande do Sul.
"Todos vão começar a produzir nos próximos três anos. Podemos esperar um boom de azeites nacionais em breve."

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Óleos hojiblanca Toledo aliados com refino de petróleo verde-oliva

Eles criaram Qorteba sociedade Internacional SL

Olimerca -. Hojiblanca S.Coop.And. basta dar um novo passo no processo de obtenção de azeite do mercado pura e fechar o círculo óleos cadeia na Espanha. De acordo com um comunicado de imprensa, o grupo cooperativo apenas criar uma nova empresa, Internacional Qortega, SL óleos Toledo, SA e da família Moreno.

O objecto desta sociedade é o armazenamento e refino de petróleo e fabricação de produtos alimentares, tais como molhos e óleos a fim de promover este negócio nacional e internacional. A sede da nova empresa será localizada em Alcolea (Córdoba).

Esta joint venture terá alguns ativos estimados em 25 milhões de euros. Seu capital social é dividido entre Refinaria Andaluza SA (uma subsidiária da Petróleo SA Toledo), com 50%; Hojiblanca S.Coop.And. para 25% e Agroalimentar Musa SL também transformar metade propriedade por Hojiblanca S.Coop.And. e Moreno SA.

A empresa terá entre seus ativos existentes andaluzes instalações da refinaria em Alcolea (Córdoba), onde tem uma capacidade de produção de óleo de refino de 400 mil toneladas por dia mais tanques de armazenamento, no valor de 20 mil toneladas. Esta capacidade de armazenamento irá aumentar em mais 20 mil toneladas adicionais, que deverão ser suportados pelo Hojiblanca. Junto com isso, vamos proceder à instalação de linhas de produção e embalagens de molhos e vinagres.

Com este acordo, o grupo cooperativo irá responder às necessidades crescentes de armazenamento de petróleo, especialmente em grandes campanhas, bem como participar de um projeto que irá agregar valor às suas produções e não de petróleo de alta qualidade através de refino.

Para melhorar óleos Toledo, as actividades de refinação de petróleo e do resto de suas instalações localizadas em Alcolea e realizar novos projetos na produção de petróleo. Lembre-se de Toledo refinaria óleos refinados cerca de 27 milhões de quilos para Hojiblanca última temporada, levando os atuais favores arranjo crescer nesta área de óleos refinados.

Agroalimentar Musa deveria atender à necessidade de realocação e reabilitação de sua capacidade industrial para as necessidades atuais para promover ainda mais o negócio, continuando a vincular a atividade da fábrica Córdoba, terra que sempre foi ligada.
A nova empresa é dirigida por Juan Rubio (Óleos Toledo), e José Moreno (Hojiblanca) vai ocupar a vice-presidência. CEOs são Javier Rubio (Óleos Toledo) e Antonio Luque (Hojiblanca). Outros membros do Conselho são Baldomero Moreno (Agroalimentar Musa) e Mariano Sanchez Rey (óleos Toledo), que por sua vez servirá como CEO.